Crítica| Fate: A saga Winx

By Helen Martins - 2/12/2021 09:57:00 AM

Bem diferente da animação Clube das Winx transmitida nos anos 2000 na TV aberta brasileira, o seriado original da netflix Fate: A Saga Winx, tenta criar um tom mais sombrio e de suspense à história. No entanto, como é comum na maioria das  produção voltadas para o público adolescente a falta de criatividade na trama é um dos pontos fracos da série, mas mesmo assim eles conseguiram entregar um produto bem executado.

Roteiro

Com apenas seis episódios, o seriado acertou ao pular algumas etapas iniciais da apresentação de Bloom(Abigail Cowen), que são apenas pinceladas em flashbacks. Logo no primeiro episódio somos apresentados a Alfea, a escola para fadas e especialistas localizada em Outro Mundo. Com tanta coisa para se explicar e ainda tendo que mostrar ativamente o desenvolvimento do grupo de amigas, a série parece ter ficado sem tempo para apresentar mais sobre o mundo paralelo em que Alfea se encontra. 

Seria uma ótima ideia, em uma próxima temporada, sermos apresentados melhor a Alfea e talvez até para outros reinos. Também ficou faltando uma explicação melhor explicação sobre os Queimados, os grandes inimigos desta primeira temporada, que descobrimos que são mais do que simples monstros.

Com relação a série ser voltada para um público mais velho, a questão de se falar abertamente sobre sexo, uso de drogas, sexualidade, gordofobia e diversos assuntos relevantes, não a torna de forma alguma uma série "adulta", afinal a trama peca em não aprofundar sobre essas questões, além de apresentar algumas dela de forma estereotipada, supérflua e jocosa.

Cenários e fotografia e efeitos especiais


Se existe uma coisa que a netflix nunca peca é quando falamos sobre cenário, fotografia e efeitos especiais/visuais. As cenas onde as magias são feitas são impecáveis, os cenários e fotografias perfeitos, se tem uma coisa que não dá pra falar mal na série é desse combo aqui.

As winxs


Bloom (Abigail Cowen) - é a nossa protagonista em toda a saga winx, mas principalmente nessa primeira temporada ela é o principal foco da trama. Lançada em um mundo desconhecido e sem saber em quem confiar, é após sofrer um grande trauma, ao descobrir acidentalmente seus poderes, Bloom quando chega a escola se retira e toma diversas decisões sozinha, muitas vezes se mete em problemas e causando graves problemas a todos ao seu redor, por causa de sua teimosia e egocentrismo.

Seu foco estreito em seus próprios problemas a torna incapaz de ver as coisas de uma perspectiva diferente. Seus julgamentos precipitados a deixam sem informações críticas e a levam a cometer erros. No geral a fada do fogo tenta ser um espírito independente, mas comete mais erros que acertos ao longo de toda a temporada, o que causa problemas maiores do que qualquer um possa imaginar. 

Stella (Hannah Van Der Westhuysen) - é a princesa de Solaris, e tem tem um dos arcos mais interessantes e trabalhados pela produção.  A jovem e logo apresentada como uma pessoa arrogante, que se.importa.apenas com as aparências e com o que é dito sobre ela, mas ao longo dos episódios stella tem suas camadas desenvolvidas e explicadas, desde a relação de tóxica e codependente com Sky (Danny Griffin), até seus traumas e a pressão que sofre da mãe por perfeição. 

Musa (Elisha Applebaum) - Ela foi outra winx que sofreu grandes mudanças na série mas é outro bom exemplo de uma personagem que teve um arco interessante, ganhando um espaço maior a cada  episódio e finalmente tendo um grande destaque nos dois episódios finais.

Terra (Eliot Salt) - É aquela personagem extremamente carismática, e nos primeiros episódios ela praticamente cai naquele estereótipo da personagem “gorda e simpática”, que é constantemente vítima de bullying e tem grandes dificuldades de fazer  amizades por é “atrapalhada e fofa”, mas isso logo é posto de lado e conhecemos a verdadeira terra, uma personagem acertiva, carinhosa e que parece enxergar nas entrelinhas do que está acontecendo no momento, o que acaba  fazendo dela um dos nomes mais queridos no final da primeira temporada.

Aisha (Precious Mustapha) - O arco dessa personagem é o único que não foi bem desenvolvido do quinteto. Sabemos que ele é atlética, organizada, teve algum tipo de dificuldade em fazer amizades, mas paramos aí. Aisha passa a série inteira sendo a consciência que a Bloom não tem. Ela parece estar lá só como um apoio para a Bloom, que em todo momento dispensa as ideias e ajuda da amiga. Esperemos que a Netflix desenvolva melhor a personagem na 2 temporada.

Por fim, a sensação que passa muitas vezes durante a série é que o universo de Fate não está plenamente finalizado, mais isso não é algo realmente preocupante quando lembramos que ainda estamos em uma primeira temporada. Fica nítido que as apostas foram em conceitos mais seguros, uma forma de ter uma base mais sólida para a história, apesar de não considerar a série um suspense ou voltada para um público de 16+, a produção teve competência de criar uma história que não é excelente, mas é boa o suficiente para se maratonar numa tarde.


 

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