Crítica| Mulher Maravilha 1984

By Helen Martins - 1/07/2021 06:00:00 AM





Retornar às bilheterias em meio a uma pandemia é algo difícil de se fazer, ainda mais tentar atrair o público de volta ao cinema de forma segura é algo extremamente complicado. Mulher Maravilha 1984 chegou as telonas trazendo a tentação de ver a continuidade da história de Diana Prince, mas sinto informar, não vale a pena o risco. O filme, teoricamente uma sequência do primeiro, foge daquela premissa que assistimos. Nesse vemos uma mulher maravilha(Gal Gadot) mais solitária e ainda bastante triste e presa a tudo que aconteceu no longa anterior,  além da tentar superar todas as perdas que ela teve ao longo dos anos. Mesmo assim a personagem não deixou de ser uma mulher doce, empática e preocupada com a humanidade. Ela só não é mais tão ingênua.

Dito isso, vemos nossa protagonista chefiando um setor no Smithsonian, o mesmo cargo que ela possui em Liga da Justiça, é aí que ela conhece Bárbara Minerva (Kristen Wiig) que no decorrer do filme se torna uma personagem chave e a principal antagonista das histórias da Mulher Maravilha. Já que estamos falando de personagens Pedro Pascal está fantástico no papel de Max Lord, mesmo com um personagem completamente ambicioso e lunático ele consegue cativar em frente as câmeras e fazer você prender sua atenção na atuação dele. Se você assim como eu foi trouxa ficando triste com a morte do Steve Trevor (Chris Pine)  no 1° filme, boas notícias para você: ele volta para "ensinar" novas lições para a Diana e aprender muita coisa com ela nesse "novo mundo" pra ele. A química entre os dois atores continua insana.

Com relação a história, o segundo filme se passa na década de 80 onde a corrida pelo ouro negro está a todo vapor e esse é um dos focos da trama, como a cobiça pelas riquezas pode alterar o mundo, além  do consumismo desenfreado, o que nos leva a uma das principais mensagens do filme: aquilo que você deseja pode não se aquilo que você realmente precisa, as vezes a verdade é difícil de ser reconhecida e seus desejos podem acabar te atrapalhando. No início do longa vemos Diana lutando contra assaltantes em um shopping, que estão de posse de uma pedra misteriosa, é o poder dessa gema/pedra que desencadeia uma série de acontecimentos que resultam na criação dos antagonistas do filme e também no retorno de Trevor. Diferente do filme anterior que se passava em meio a 1ª Guerra Mundial, Mulher Maravilha 1984 apresenta um tom mais leve em seu roteiro, fotografia e som, tudo é mais colorido e mais energético, agora vemos uma Diana Prince em seu cotidiano (trabalho, salvas pessoas, tomar um bom vinho), agora ela é mais do que uma guerreira amazona com apenas uma missão em mente.


Com relação as lutas, tivemos bem mais no Mulher Maravilha (2017), mas as primeiras cenas de uma jovem Diana Prince treinando e lutando quando ainda em Themyscira é de tirar o fôlego de tão bonita, após isso, ao longo de todo o filme, vemos uma Diana que está sofrendo com as consequências do seu desejo e aprendendo a usar uma nova armadura. É aqui que devemos lembrar que a personagem foi criada com valores diferentes dos outros super herois do universo DC, Diana é uma heroína que não empunha armas mortais e procura reabilitar (sempre que possível) os vilões que encontra, e vemos isso claramente nesse filme, eles ainda conseguiram lançar novos truques por cima dos aprendidos anteriormente, vemos mais funções para o laço da justiça, da tiara e também algumas habilidades que estão sendo treinadas, em meio a tudo isso a personagem não foi afastada de suas origem e nem dos seus veios morais.

Porém o roteiro também apresenta alguns grandes furos: Desde o início da história Diana sempre fala em ajudar a humanidade, nas fotografias e através dos elementos cenográficos vemos que ela participou de grandes missões que mudaram a história da humanidade, como a 2ª guerra mundial por exemplo, e diariamente ela combate o crime na capital do País, incluindo na frente de centenas de pessoas, então como é possível ela não ser descoberta pela mídia? Mesmo se todos os outros incidentes públicos do filme pudessem ser descartados como alucinação coletiva, a batalha dentro da Casa Branca, onde Diana enfrenta diversos agentes do governo e Barbara Minerva, na frente de várias testemunhas, no meio do local de trabalho do Presidente Americano seria com certeza notada por serviços de inteligência. Assim com em Mulher Maravilha(2017) voltamos a ver alguns problemas com CGI, a DC e Warner não estão financiando o suficiente para um melhor trabalho nessa parte porquê?  

Diana parece ser um mulher moderna, culta, com um ótimo emprego, que viajou bastante, é realmente crível que o único relacionamento dela foi com Steve? Um homem que está morto há 60 anos? Vemos alguns problemas no tempo do roteiro também (pode ter sido erro na edição final? Pode! Mas também pode não ter sido) tem cenas onde a Diana voa durante muito tempo contracena com um personagem, e na cena seguinte esse personagem já está longe dela, contracenando com outra pessoa e não tem uma cena intermediando isso, parece que a pessoa se teletransporta (olááá Game of Thrones) e isso acontece em várias cenas. 

Por fim, em Mulher Maravilha 1984 vemos uma Diana Prince mais madura, tentando se recuperar de suas perdas na vida e mais do que nunca tendo fé na humanidade.

Classificação: ★★★(Bom )

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