Crítica| Aquaman

By Helen Martins - 1/08/2019 07:55:00 PM

Aquaman é o melhor filme da DC dos últimos anos, e sim, superando Mulher Maravilha, o último Liga da Justiça e nem vamos comentar sobre Esquadrão Suicida. A DC parece finalmente ter acertado com suas adaptações de HQs com o filme do Aquaman. Repleto de efeitos visuais lindos e com o ator Jason Momoa, parecendo ter nascido para interpretar o personagem, o longa é sem sombra de dúvidas um sucesso.


Como todo primeiro filme de uma saga, a ideia principal não é apenas apresentar o Aquaman, mas toda a mitologia dos Sete Mares, incluindo a história do maior reino deles: Atlântida, do qual surge o personagem. Arthur Curry, é filho da Rainha Atlanna com o pescador Thomas Curry, e precisa reaver o trono que é seu por direito para evitar uma guerra entre a superfície e os reinos subaquáticos, que serão comandados por seu meio-irmão, Orm. A negação de cumprir o dever que o é dado por nascença é a motivação inicial do protagonista.

A apresentação do mundo aquático é um verdadeiro deleite para os olhos, principalmente se for visto em 3D. Toda a direção de arte transmite a sensação de escala épica, utilizando-se de muitas cores, incluindo muito neon. O filme a todo momento chega a borda do excessivo, e ao invés disso criar um filme cafona, acaba criando um universo multicolorido, rico, único e que vai deixar você embasbacado de tão bonito. Se sentir em Atlântida foi algo muito bem alcançado quando se vê o filme, assim como a diversidade de espécies criadas para aquele mundo, que em momento algum consegue transmitir algo que não seja crível para o universo.


Equilibrando bem ação e comédia, o filme permite aos seus personagens se conhecerem de maneiras distintas, tornando-os  ainda mais ricos diante do público. Momoa utiliza de todo o seu carisma para tornar o Aquaman um homem ríspido, mas ao mesmo tempo divertido e ligado à única família que lhe resta. Mas quem rouba muito da atenção nas cenas onde aparece é a Mera, vivida pela atriz Amber Heard, assim como vimos em Mulher maravilha, ela é uma protagonista feminina muito bem resolvida, inteligente, determinada quanto aos seus princípios e que luta muito bem. Ela é um personagem no qual é impossível o desenrolar da narrativa sem tê-la. Isso também pode ser dito sobre o personagem de Nicole Kidman que aparece sempre estonteante.

Muito mais do que mocinhos ou vilões, Aquaman traz percepções reais de seus protagonistas, o que nos permite gerar empatia até mesmo com o tirano Orm, vivido por Patrick Wilson.  De armadura brilhante e loiro impecável, o meio-irmão do nosso protagonista compõe outro êxito do filme, incorporando a megalomania de um filho que está para ter o trono negado e que é sempre lembrado por um passado que não é o seu. Por outro lado temos no Arraia Negra vivido por Yayha Abdul Mateen II, um vilão que é a personificação da vingança simples e pura. Os dois funcionam bem e são ajudados pelo visual impecável, construído a partir dos quadrinhos de Ivan Reis e Geoff Johns.


Não posso esquecer de falar sobre os figurinos que incorporam sempre uma beleza aquática, com peças que mesclam tecidos reais com efeitos especiais, trazendo os elementos do fundo do mar como parte conceitual. Mas NENHUM figurino do filme supera Momoa com o uniforme "original" dos quadrinhos. Construída como se fosse ouro, o dourado e o verde se unem em uma peça hipnotizante, marcando uma ruptura na vida do personagem, agregando ainda mais simbolismos para a narrativa. Completamente representativo, o surgimento do figurino é um dos momentos que faz quem assisti vibrar e aliviar o coração de quem passou um ano inteiro sofrendo pensando no pesadelo que Aquaman poderia ter sido.

Outro destaque é que o filme ainda muito realista quando falamos de captação de movimentos dentro da água, bem como em sua mixagem de som, que traz à vida o impacto das lutas feitas imersas no fundo do mar. As cenas de ação são ótimas, com a câmera percorrendo rápidas transições de cenários e capturando lutas coreografadas com maestria. Os maiores pontos negativos, infelizmente, são a trilha sonora (O QUE FORAM AQUELAS MÚSICAS) alguns dos tempos cômicos, além da relação entre o Aquaman e a Mera, é funcional, mas não essas coisas todas (Você não torce pelo casal não) e o roteiro básico demais para um filme desse porte, não há nenhum plot twist e nada que vá realmente te surpreender.

Acertando mais do que errando, Aquaman tem muito do que um filme de herói precisa ter, ação ininterrupta, ótimas cenas de luta, comédia, uma pitada de terror e romance, uma boa direção de James Wan e um protagonista que apresenta o Aquaman como o herói que nós queríamos e como a DC necessitava para iniciar uma nova fase em seu universo e recuperar sua credibilidade junto aos fãs de seus quadrinhos. Por fim, se você ainda não viu Aquaman, corra para ver! Garanto que não irá se decepcionar com o filme, e assim como eu, irá querer ver ao menos mais uma vez nos cinemas.

Aquaman (Idem, EUA/Austrália – 2018) 
Direção: James Wan 
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall (baseado em história de James Wan, Geoff Johns e Will Beall) 
Elenco: Jason Momoa, Amber Heard, Willem Dafoe, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II, Temuera Morrison, Ludi Lin, Graham McTavish, Julie Andrews, Djimon Hounsou, Natalia Safran, Michael Beach, Randall Park, Leigh Whannell, Patrick Cox 
Duração: 143 min.

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