TRADUZIDO| Leia o segundo capítulo de "A Coroa", de Kiera Cass
By Helen Martins - 4/20/2016 10:30:00 AM
Leia o segundo capítulo de, A
Coroa, quinto e último livro da série A Seleção.
A COROA
Kiera
Cass
ATENÇÃO: está é uma tradução
não-oficial. O livro completo estará disponível a partir de 3 de maio, quando
será publicado no Brasil pela Editora Seguinte. Não possuímos nenhum direito
sobre o conteúdo que está aqui, exceto pela sua tradução. O texto original
pertence a Kiera Cass.
Tradução por: Camila Lima, da
equipe The Selection Quotes (@selectionquotes)
CAPÍTULO 2
A mão da minha mãe parecia tão macia, quase fina como papel, de certo modo. A sensação me fez pensar em como a água suavizava as extremidades de uma rocha. Sorri, pensando em como que ela uma vez já devia ter sido uma rocha dura e tanto.
— Você em algum momento chegou a fazer escolhas erradas? — perguntei. — Dizer as palavras erradas, fazer as coisas erradas? Esperei por uma resposta, não recebendo nada além do zumbido do equipamento e a batida do monitor.
— Bem, você e o papai brigavam bastante, então você deve ter errado algumas vezes.
Segurei sua mão mais forte, tentando aquecê-la na minha.
— Fiz todos os pronunciamentos. Agora todos sabem sobre o Ahren ter se casado e que você está um pouco… indisposta no momento. Cortei os garotos para seis. Sei que é um corte grande, mas o papai disse que está tudo bem e que ele fez isso quando foi a vez dele, então ninguém pode ficar bravo. — Suspirei. — De qualquer modo, tenho a sensação de que as pessoas ainda vão encontrar um jeito de ficarem bravas comigo. Pisquei para afastar as lágrimas, preocupara com a possibilidade de ela sentir como eu estava assustada. Os médicos acreditavam que o choque da partida de Ahren tinha sido o catalisador para sua condição atual, mas eu não conseguia deixar de me perguntar se tinha contribuído para o seu estresse diário, como gotas de veneno tão pequenas que ninguém percebe que ingeriu algo perigoso até que ela tenha tomado controle total.
— Em todo caso, vou para a minha primeira reunião do conselho assim que o papai voltar. Ele diz que não deve ser tão difícil assim. Sinceramente, sinto que o General Leger teve o trabalho mais difícil de todos hoje, tentando fazer o papai comer, porque ele lutou tanto para ficar aqui com você. Mas o general foi insistente, e o papai finalmente deu o braço a torcer. Estou feliz por ele estar aqui. O General Leger, digo. É meio que como ter um pai reserva.
— Segurei sua mão um pouco mais forte e me inclinei em sua direção, sussurrando.
— Mas por favor, não me faça precisar de uma mãe reserva, tudo bem? Ainda preciso de você. Os meninos ainda precisam de você. E o papai… ele parece que vai se desmanchar em pedaços se você for embora. Então quando for hora de acordar, você tem que voltar, tudo bem? Esperei sua boca se contrair ou seus dedos se moverem, qualquer coisa que provasse que ela pudesse me ouvir. Nada.
Logo em seguida meu pai atravessou a porta com o General Leger em seu encalço.
Afastei as lágrimas com as mãos, esperando que ninguém as notasse.
— Veja — disse o General Leger. — Ela está estável. Os médicos viriam correndo se algo mudasse.
— Mesmo assim, prefiro ficar aqui — meu pai disse com firmeza.
— Pai, não faz nem dez minutos que você saiu. Você chegou a comer? — Eu comi. Diga a ela, Aspen.
O General Leger suspirou.
— Vamos chamar de refeição.
Meu pai lançou a ele um olhar que poderia ter ameaçado alguns, mas que apenas fez o general sorrir. — Vou ver se posso colocar alguma comida para dentro para que você não tenha que sair daqui.
Meu pai assentiu.
— Cuide da minha garota.
— É claro. O General Leger piscou para mim e eu me levantei e o segui para fora do quarto, olhando de volta para minha mãe só para checar. Ainda dormindo.
No corredor, ele me ofereceu o braço.
— Está pronta, minha não-exatamente rainha?
Aceitei e sorri.
— Não. Vamos lá.
Enquanto caminhamos até a sala de reuniões, quase perguntei ao General Leger se ele me levaria para outra volta pelo andar. O dia já parecia tão sobrecarregado que não tinha certeza se conseguiria fazer isso.
Besteira, disse a mim mesma. Você já participou dessas reuniões dezenas de vezes. Você quase sempre pensa as mesmas coisas que seu pai diz. Sim, esta é a sua primeira vez liderando-a, mas esse sempre foi o seu destino. E ninguém será severo com você hoje, pelo amor de Deus; sua mãe acabou de ter um ataque cardíaco.
Empurrei as portas para abri-las, o General Leger logo atrás de mim. Fiz questão de acenar com a cabeça para os cavalheiros enquanto passava. Sir Andrews, Sir Coddly, sr. Rasmus, e um punhado de outros homens que conhecia há anos sentados organizadamente com suas canetas e papeis. Lady Brice parecia orgulhosa ao me ver andar até o lugar do meu pai, assim como o general quando se colocou ao lado dela.
— Bom dia. — Asumi meu lugar na ponta da mesa, olhando fixamente para a fina pasta diante de mim. Graças a Deus a agenda parecia leve hoje.
— Como está sua mãe? — Lady Brice perguntou solenemente. Eu deveria ter escrito a resposta em um letreiro para que não precisasse mais repeti-la.
— Ainda está dormindo. Ainda não tenho certeza de quão séria é a condição dela no momento, mas meu pai está ao lado dela e faremos questão de atualizar todos se houver qualquer mudança.
Lady Bricerice sorriu, triste.
— Tenho certeza de que ela vai ficar bem. Ela sempre foi bem durona. Tentei esconder minha surpresa, mas não tinha percebido que a Lady Brice conhecia minha mãe tão bem. De fato, não sabia muito sobre a própria Lady Brice, mas seu tom de voz foi sincero, e estava feliz em tê-la ao meu lado no momento.
Assenti.
— Vamos passar por isso para que eu possa dizer a ela que meu primeiro dia no trabalho foi pelo menos levemente produtivo.
Houve algumas risadas leves provocadas pelo meu comentário, mas meu sorriso se esvaiu rapidamente quando li a primeira página que me foi apresentada.
— Espero que isso seja uma piada — disse, seca.
— Não, Alteza.
Voltei meus olhos para o Sir Coddly.
— Temos a impressão de que essa foi uma ação deliberada para debilitar Illéa, e visto que nem o rei ou a rainha deram seu consentimento, a França essencialmente roubou seu irmão. Esse casamento é foi uma traição, então não nos resta nenhuma opção a não ser declarar guerra.
— Senhor, posso te garantir, isso não é uma traição. Camille é uma garota sensata. — Revirei meus olhos, tendo que admitir isso. — Ahren que é o romântico deles, e tenho certeza de que ela foi coagida a isso, não o contrário.
Ignorei a declaração de guerra, sem o menor desejo de considerá-la em outro momento.
— Princesa, a senhorita não pode fazer isso — insistiu Sir Andrew. — As relações entre Illéa e a França tem sido tensa por anos.
— Isso está mais em um nível pessoal do que político — ofereceu Lady Brice. Sir Coddly ergueu a mão no ar.
— O que torna tudo muito pior. A rainha Daphne está causando mais sofrimento emocional para a Família Real sob a pretensão de que não revidaremos. Desta vez nós devemos. Diga a ela, general!
Lady Brice balançou a cabeça em frustração enquanto o General Leger falava.
— Tudo o que posso dizer, Alteza, é que podemos ter tropas no céu e na terra dentro de vinte e quatro horas se a senhorita der a ordem. Porém, eu certamente não a aconselharia a dar essa ordem.
Andrews bufou.
— Leger, diga a ela os perigos que ela está enfrentando.
Ele deu de ombros.
— Não vejo perigo. O irmão dela se casou.
— No mínimo — questionei — um casamento não deveria aproximar ainda mais os dois países? Não é por isso que princesas eram entregues em casamento por anos?
— Mas esses eram planejados! — Coddly expôs em um tom que implicava que eu era um pouco ingênua demais para a conversa em questão.
— Assim como esse — me opus. — Nós sabíamos que Ahren e Camille se casariam algum dia. Isso simplesmente só aconteceu antes do que o esperado.
— Ela não entende — ele murmurou para Andrews.
Sir Andrews balançou a cabeça na minha direção.
— Alteza, isto é traição.
— Senhor, isso é amor.
Coddly bateu o punho na mesa.
— Ninguém levará a senhorita a sério caso não aja decisivamente. Houve um momento de silêncio após sua voz parar de ecoar pela sala, e a mesa inteira manteve-se imóvel.
— Está certo — respondi calmamente. — O senhor está demitido.
Coddly riu, olhando para os outros cavalheiros na mesa.
— A senhorita não pode me demitir, Alteza. Inclinei a cabeça, olhando-o fixamente.
— Garanto ao senhor, eu posso. Não há ninguém aqui que seja superior a mim no momento, e o senhor é facilmente substituível.
Apesar de tentar parecer discreta, vi Lady Brice colocar pressionar os lábios, claramente determinada a não rir. Sim, com certeza eu tinha uma aliada nela.
— A senhorita precisa lutar! — ele insistiu.
— Não — respondi com firmeza.
— Uma guerra acrescentaria uma tensão desnecessária a um momento já estressante e causaria uma perturbação entre nós e um país que agora estamos unidos por um casamento. Nós não vamos lutar.
Coddly baixou o queixo e me olhou furtivamente.
— Não acha que está sendo muito emotiva em relação a isso? Coloquei-me de pé, minha cadeira se arrastando atrás de mim ao me mover.
— Vou assumir que o senhor não está implicando por essa afirmação que eu na verdade estou sendo mulherzinha demais em relação a isso. Porque sim, estou emotiva.
Andei até o lado oposto da mesa, meus olhos fixos em Coddly.
— Minha mãe está em uma cama com tubos em sua garganta, meu irmão gêmeo está agora em outro continente e meu pai está se mantendo inteiro por um fio.
Parando diante dele, continuei.
— Tenho dois irmãos mais novos para acalmar assim que sair daqui, um país para administrar e seis garotos no andar de baixo esperando para que eu ofereça minha mão a um deles. — Coddly engoliu em seco, e senti uma pequena culpa pela satisfação que ela me trouxe. — Então, sim, estou sendo emotiva agora. Qualquer pessoa em minha posição e com uma alma, estaria. E você, senhor, é um idiota. Como ousa tentar me forçar a algo tão grande com base em algo tão pequeno? Para todos os efeitos e propósitos, eu sou a rainha, e o senhor não vai me coagir a nada.
1 comentários
Mds kkkk eadlyn fechou com a cara dele kkk
ResponderExcluirObg por terem nos dado esse capitulo😊