Crítica| Extraordinário (O filme)

By Helen Martins - 1/18/2018 10:00:00 AM

Baseado no livro homônimo de R.J. Palacio, a adaptação de “Extraordinário” acompanha a história de Auggie Pulmman, interpretado por Jacob Tremblay, um garoto de dez anos que nasceu com uma grave deformação facial, prestes a enfrentar o desafio de abandonar o aprendizado em casa, para frequentar a escola regular e o convívio com os colegas da mesma idade.


De iníco, notamos que o roteiro tinha vários elementos para deixar essa história piegas, mas esse problema foi facilmente superado, tornando o filme algo agradável de assistir, mesmo que a premissa seja o drama. O tema principal tratado no filme, é obviamente o bullying sofrido por Auggie quando passa a frequentar a escola, contudo o longa não é reduzido apenas a esse tema, em várias cenas temos momentos de comédia (várias vezes por causa da imaginação do Auggie) e de um pouco de romance (que não me convenceu muito).

Além da narração de Auggie, a adaptação é fiel aos outros pontos de vistas apresentados no livro, sendo narrada de forma capitular por vários personagens, uma escolha inteligente para mostrar como a condição do garoto afeta as pessoas ao redor, mas também é uma decisão que deixa o filme um pouco lento, principalmente porque a história é totalmente interrompida para contar outra,  faltou nesse ponto ao roteiro, escrito pelo também diretor Stephen Chbosky, por Steve Conrad e por Jack Thorne, mais dinamicidade.



O Auggie é um menino inteligente – que ama ciências e star Wars - e engraçado, que fascina todos aqueles que o conhecem. A atuação de Tremblay é repleta de sensibilidade e sempre impecável, ele consegue se destacar tanto sozinho em cena, quanto nas interações com os outros autores, fica evidente que o ator realmente compreendeu a essência do personagem.

Enquanto a mãe, interpretada por Julia Roberts, apresentada no filme é claramente a autoridade da casa, que, conscientemente, largou tudo (mestrado, emprego, tempo para si mesma e socialmente) para cuidar do filho, o pai, interpretado por Owen Wilson, é o amigo, divertido, tranquilo, que briga com sabres de luz e joga vídeo game, além de evitar exercer a função de autoridade.  Roberts na realidade emociona com sua interpretação várias vezes durante todo filme. Vemos o quanto conflitante para ela é abrir a mão de estar sempre com seu filho e deixar ele criar liberdade e fazer o que qualquer garoto na idade dele faz.



A irmã de Auggie, Olivia(Via), vivida pela atriz Izabela Vidovic, começa com uma tímida participação, e o arco dramático dela só ganha profundidade mesmo quando sua melhor amiga Miranda (Danielle Rose Russell), começa a contracenar com ela. O ponto alto para a atriz e personagem é quando ela faz um discurso em uma das cenas, ali podemos ver que a personagem poderia ter sido mais marcante. Sônia Braga faz uma participação mais do que rápida como a avó de Auggie e Via, mas marcante. Porém o grande destaque do filme vai para todo o elenco mirim que foi muito mais do que bem aproveitado, apesar da pouca idade, os jovens protagonizam ótimas cenas, com diálogos inteligentes, sem perder a infantilidade necessária. Ao lado de Tremblay, Noah Jupe (Jack Will), Millie Davis (Summer) e Bryce Gheisar(Julian) são os grandes destaques infantis.

Apesar dos desafios presente em se adaptar um best-seller, Chbosky conseguiu transmitir toda aquela sensibilidade e beleza que encontramos no Auggie do livro, conseguindo trabalhar de maneira lúdica para o público mais infantil temas pesados. Por fim, “Extraordinário” não é um filme que vai te fazer desidratar de tanto choras – opinião pessoal - ainda que o filme tenha cenas com potencial avassalador e que te deixará com lágrimas nos olhos. E por favor, lembre-se: Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil



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