Precisamos
falar sobre bullying, violência sexual, abuso de substâncias, suicídio, negligência
parental, machismo, estupro, inabilidade terapêutica, empatia, autoimagem, status quo,
pertencimento, precisamos falar de como ser “Humano”.
Deu
para notar que essas não são pautas fáceis de se expor e trabalhar, ou novas,
mas a nova série da Netflix, Os 13 Porquês, trouxe todas essas questões à tona
novamente, através de sua personagem Hannah Baker, e dos 13 porquês que a
levaram a tirar a própria vida.
Baseada no romance de Jay Asher, 13 Reasons Why foi produzida pela cantora Selena Gomez e pelo ganhador do Oscar Tom McCarthy (Spotlight), a série encontra seu trunfo ao ampliar de forma coerente a narrativa do livro, nos permitindo ir além dos conflitos da protagonista. Na
série, a história não é contada de forma maniqueísta, com indivíduos
inteiramente bons ou maus (Como ocorre no livro), o espectador consegue se
sensibiliza com os problemas de todos os personagens, ao menos a maioria deles,
mesmo sabendo que foram eles, em parte, os responsáveis pelo suicídio da Hannah.
Com um roteiro fiel, quase a sua
totalidade ao livro, a série veio para preencher os espaços em branco deixados pela obra publicada. Conseguimos conhecer melhor todos os porquês, os pontos de vista
da Hannah e do Clay, além de podermos ver como os pais da Hannah ficaram após
da morte da filha. O roteiro trabalhado impecavelmente pelos showrunners Brian
Yorke e Diana Son, denunciam a falta de atenção e a ineficiência com as quais os
problemas apresentados na série, principalmente o bullying e o suicídio.
No colégio, os professores, diretores e até profissionais encarregados de aconselhamento estudantil fracassam nas suas tentativas de entrar no universo dos alunos, estabelecer diálogos e ganhar a confiança dos jovens. Todas as tentativa de diálogos são apoiadas em clichês dos adultos em relação aos jovens, a aceitação de estereótipos sobre a faixa etária e a permanência na zona de conforto da inércia para evitar contratempos, ampliam ainda mais a distância entre a escola e os alunos, e essa ausência permite o desamparo e a perpetuação de certas situações que deveriam ser impedidas.
No colégio, os professores, diretores e até profissionais encarregados de aconselhamento estudantil fracassam nas suas tentativas de entrar no universo dos alunos, estabelecer diálogos e ganhar a confiança dos jovens. Todas as tentativa de diálogos são apoiadas em clichês dos adultos em relação aos jovens, a aceitação de estereótipos sobre a faixa etária e a permanência na zona de conforto da inércia para evitar contratempos, ampliam ainda mais a distância entre a escola e os alunos, e essa ausência permite o desamparo e a perpetuação de certas situações que deveriam ser impedidas.
Foi uma boa ideia utilizar
as cores para transmitir as passagens do tempo entre o presente e o passado.
Fica explicito na tela quando a narrativa está no tempo presente são utilizadas
cores frias, para indicar claramente o sentimento presente da perda de Hannah,
são usados muito os tons azulados e cinzentos. Quando a narrativa passa para os
flashbacks são utilizadas cores mais quentes e terrosas, principalmente amarelo
e marrom. A trilha sonora assim como a
história é um soco no seu emocional, repleta de músicas do Joy Division, todos
os seus sentimentos são seriamente testados a todos os momentos com uma trilha
melancólica e triste, com alguns leves toques de um indie/rock.
As cassetes gravadas por Hannah evidencia o poder destruidor que comportamentos marcados por bullying, machismo, uso de substâncias ilegais, intolerância, homofobia, humilhação, exclusão e violência sexual, perpetuados através da era das redes sociais, podem levar o indivíduo a atentar contra si. Juntando todas essas situações a chacotas que estigmatizam e ensejam novas piadas, além de buscar acabar com todo o respeito, combinação de todas essas violências produz um ambiente opressor sob a falsa sensação de normalidade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já classifica o problema como uma epidemia social, responsável pela morte anual de 800 mil pessoas, o suicídio mata uma pessoa a cada 40 segundos. A ocorrência de casos entre a juventude é encarada com preocupação pela instituição, que crítica os métodos de enfrentamento adotados em nações onde o silêncio é, muitas vezes, estratégia recorrente para tratar do assunto. A negligência sempre encontra maiores dificuldades, principalmente quando envolve os jovens, de enfrentar o problemas nas famílias e escolas, duas das instituições básicas e necessárias a adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Por fim, “Os 13 Porquês” não é apenas uma série adolescente, é um rascunho do retrato da vida real, e que precisa sim, ser mostrada ao mundo, para ver se assim as questões abordadas na série começam realmente a ser tratadas com seriedade por todos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já classifica o problema como uma epidemia social, responsável pela morte anual de 800 mil pessoas, o suicídio mata uma pessoa a cada 40 segundos. A ocorrência de casos entre a juventude é encarada com preocupação pela instituição, que crítica os métodos de enfrentamento adotados em nações onde o silêncio é, muitas vezes, estratégia recorrente para tratar do assunto. A negligência sempre encontra maiores dificuldades, principalmente quando envolve os jovens, de enfrentar o problemas nas famílias e escolas, duas das instituições básicas e necessárias a adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Por fim, “Os 13 Porquês” não é apenas uma série adolescente, é um rascunho do retrato da vida real, e que precisa sim, ser mostrada ao mundo, para ver se assim as questões abordadas na série começam realmente a ser tratadas com seriedade por todos.
Os
13 Porquês e os atores (SPOILERS ABAIXO)
1. Justin Foley (Brandon Flynn)
O primeiro menino
que Hannah tinha beijado, reside e exagera o evento, dizendo que eles tinham
ido mais longe do que realmente tinha. Isso dá a Hannah uma reputação negativa
em sua nova escola, iniciando sua depressão.
2. Alex Standall (Miles Heizer)
Ele nomeia Hannah “a melhor bunda
da classe”, na sua lista de Quem está bem & Quem não está. Essa ação
perpetua a reputação de promiscuidade que ela ganhou após a história que Justin
espalhou, e faz com que ela se torne um objeto de assédio sexual para muitos
outros estudantes.
3. Jessica Davis (Alisha Boe)
Uma das primeiras “amigas” de
Hannah em sua nova cidade. Ela tinha ciúmes de Hannah porque esta tinha sido
colocada na lista de pessoas quente e ela não. Ela assume que os rumores de que
Justin estava perpetuando fossem verdade, e abandona Hannah como amiga,
acusando-a de traição.
4. Tyler Down (Devin Druid)
Colega de classe que ficava espreitando
Hannah pela janela do quarto durante à noite e tirando fotos dela. Hannah e uma
outra menina (Courtney Crimsen) tentam pegá-lo no ato, mas não veem seu rosto,
e ficaram sem saber quem era. Hannah depois descobre sua identidade. As ações
de Tyler fazem Hannah se sentir insegura em um de seus últimos santuários: sua
própria casa.
5. Courtney Crimsen
Ela é supostamente uma garota
legal, que é na verdade uma manipuladora que usa as pessoas para a
popularidade. Hannah pensou que elas haviam se tornado amigas depois de brincar
de tentar pegar Tyler no flagra, mas Hannah descobre que Courtney, também,
tem espalhado boatos sobre ela.
6. Marcus Cooley
É considerado um palhaço da
turma, o cara que todos gostam e que brincando chama Hannah para sair no Dia
dos Namorados. Percebendo que Hannah pode ter pensado que era sério, Marcus vai
até a lanchonete onde eles concordaram em se reunir. Quando ele a encontra lá,
tenta tocá-la de forma sexual, acreditando nos rumores sobre ela. Deixando
Hannah ainda pior depois de sofrer duas agressões sexuais.
7. Zach Dempsey (Ross Butler)
Outro colega que testemunha o
confronto entre Marcus e Hannah. Ele oferece ajuda depois que Marcus vai
embora, mas é rejeitado por Hannah. Possivelmente, por despeito, mais tarde ele
rouba suas “cartas elogio” em uma classe, quando Hannah mais necessitava de um
apoio.
8. Ryan Shaver
Editor do jornal da escola, ele
faz amizade com Hannah, tendo os dois um interesse comum, a poesia. Mais tarde,
Ryan rouba um dos poemas de Hannah e publica no jornal da escola, e seu poema
privado passa a ser dissecado e ridicularizado por todo os alunos. Depois de
Tyler ter feito-a se sentir insegura em sua casa, Hannah sentiu como se Ryan
havia arruinado sua mente, seu último santuário, colocando seus pensamentos
privados ao ridículo.
9. Justin Foley (de novo)
Depois de deixar Jessica Davis
desmaiada em um quarto em uma festa, permite que Bryce Walker entre na sala
(onde Hannah e Clay iam se beijar antes de ele a deixar depois de seu colapso
nervoso) e a estupre. Desconhecido por todos, Hannah estava escondida no
armário, e não consegue ajudar Jessica. Ela afirma que Justin é parcialmente
responsável pelo estupro de Jessica, assim como ela.
10. Clay Jensen (Dylan Minnette)
Ele é a pessoa com quem Hannah
estava mais conectada e se apaixonou. Uma vez haviam se beijado em uma festa, e
Hannah anseia por mais. No entanto, neste momento de sua vida, ela estava tendo
dificuldades para se conectar com qualquer pessoa em um nível mais emocional.
Clay não era para estar na lista, mas ela mandou as fitas porque lamentou nunca
ter tido a oportunidade de conhecê-lo melhor. Além disso, ela sente que lhe
deve uma explicação por seu comportamento. Clay acaba por se sentir culpado por
não ter tentado se aproximar mais de Hannah, de quem ele gostava.
11. Jenny Kurtz
Líder de torcida que a convenceu
Hannah a aceitar a proposta de Marcus para sair. Ela estava dando uma carona
para casa de Hannah da festa onde Jessica foi violentada, quando ela bate o
carro e derruba um sinal de "pare". Jenny se recusa a relatá-lo
quando Hannah lhe sugeriu e, depois de Hannah a pressionar mais no assunto,
Jenny chuta Hannah para fora do carro. Mais tarde naquela noite, um idoso foi
ferido e um estudante de sua escola (Jeff, amigo de Clay na série) foi morto em
um acidente causado pela falta do sinal. (No livro, o nome da personagem é
Jenny Kurtz, mas na série, ela se chama Sheri Holland).
12. Bryce Walker (Justin
Prentice)
Estudante mais velho que estuprou
Jessica com o “consentimento” de Justin, e que mais tarde se aproveita
sexualmente de Hannah, poia a mesma não tina condições de dar seu consentimento.
Na fita Hannah admite que ela não o impediu, porém ela poderia tê-lo impedido,
mas também confessa que não foi atraída por Bryce e não desfrutou da
experiência.
13. Sr. Porter (Derek Luke)
Conselheiro da escola de Hannah,
ela dá a entender para ele que tem planos para cometer suicídio, mas mesmo
assim ele não a ajuda. O Sr. Porter lhe permite deixar o seu escritório
chateada depois de uma conversa, (que Hannah gravou). Enquanto ela queria que
ele a convencesse a não se matar, ele sugeriu simplesmente que ela seguisse com
sua vida. Além disso, ele não conseguiu agendar uma discussão de seguimento
adequada. Seus conselhos pobres e orientação ruim foram a gota d'água para
Hannah.
Vale acrescentar que o Tony, personagem interpretado por Christian Navarro, apesar de não ser um dos porquês, é um grande destaque na série, algo que ele não era no livro. As principais mudanças são os fatores dele ter sido amigo do Clay desde a infância e de ter sido uma amigo para Hannah, diferente do livro que ela só falava com ele para pedir seu gravador e ter dado sua bicicleta para ele.
Vale acrescentar que o Tony, personagem interpretado por Christian Navarro, apesar de não ser um dos porquês, é um grande destaque na série, algo que ele não era no livro. As principais mudanças são os fatores dele ter sido amigo do Clay desde a infância e de ter sido uma amigo para Hannah, diferente do livro que ela só falava com ele para pedir seu gravador e ter dado sua bicicleta para ele.
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