Título:
Os 13 Porquês
Autor:
Jay Asher
Número
de páginas: 256
Editora:
Ática
Classificação:
4/5
Sinopse: Ao voltar da escola,
Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassetes. Ele ouve
as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que
cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que 13 motivos a
levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo
até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.
“Os 13 Porquês” é um livro que
vai ficar na sua mente por muito tempo! O livro aborda de forma crua, e sucinta, temas como o bullying, o uso de drogas, problemas com autoimagem, alcoolismo,
depressão e acima de tudo fala sobre relacionamentos.
Você imaginaria que por tratar de
assuntos tão densos, o livro seria difícil para ler, mas é exatamente o oposto.
Quanto mais você ler mais curioso você fica, seja para descobrir qual será o
próximo nome na lista de Hannah, sobre o que a pessoa fez, ou finalmente
descobrir o que foi a gota d’água que levou Hannah a cometer suicídio.
“Ninguém sabe ao certo quanto impacto tem na vida dos outros. Muitas vezes não temos noção. Mas forçamos a barra do mesmo jeito.”
E é nesse ponto específico que
Jay Asher é maravilhoso, ele consegue te envolver desde a primeira palavra no
livro, ele consegue escrever uma história completamente emotiva, bem estruturada,
coerente , cativante, e que em cada frase te traz uma mensagem importante, seja
sobre os acontecimentos do livro, ou sobre a própria vida, em vários momentos
do livro você irá se pegar pensando sobre algum momento de sua vida, que
poderia ter tido um rumo diferente se você tivesse feito algo, ou apenas feito
nada.
Hannah Baker é o centro da nossa
história, tudo gira em torno dela, e como foi incrível conhecer a Hannah, não
tem como você não se apegar a ela, você torce muito para tudo ter sido algum
tipo de estratagema dela de conseguir se livrar de tudo e está salva em algum
lugar – nossa como eu quis que isso acontecesse -, mas a verdade da narrativa é
dura.
“Eu queria contar tudo pra você. E isso machucava, porque algumas coisas eram assustadoras demais. Algumas coisas nem eu entendia. Como poderia contar a alguém - alguém com quem eu estava conversando pra valer, pela primeira vez - tudo o que eu estava pensando? Eu não conseguia. Era cedo demais. Ou, talvez, fosse tarde demais.”
São tantos os problemas que vão
se acumulando em torno dela que chega a dar uma aflição, Hannah é um personagem
extremamente sensível, que sofre de uma profunda depressão causada por inúmeros
motivos, e os 13 motivos finais irão te surpreender da pior forma possível.
A narrativa é inteira feita em
primeira pessoa, por Hannah e por Clay, são narrativas alternadas em diferentes capítulos, aqui ambas se dão simultaneamente, de forma que podemos ler as reações de Clay imediatamente após Hannah contar os porquês, que, por sua vez, é entrecortado pela voz do garoto.
Clay é o garoto que foi apaixonado por
Hannah desde quando a viu, chegando até ao ponto de buscar emprego no mesmo lugar que ela apenas para ficar próximo – e você torce tanto para eles ficarem juntos – mesmo
sabendo que essa não é a premissa do livro. Eu simplesmente amei o Clay, ele é
personagem que te cativa desde o começo, o desespero dele me causou muitas
lágrimas, e medo por pensar que o final dele não fosse ser muito bom também. O Clay, literalmente, representa o que você sente lendo o livro.
Com o passar das páginas você vai
conhecendo melhor quem realmente era Hannah, e não o que todos viam e comentavam
maldosamente nos círculos sociais dela, e você passa a compreender certas
decisões que ela toma. É doloroso ver o quanto sofrimento ela carrega, ao mesmo
tempo que cria várias esperanças apenas para ter todas elas destruídas, até um
ponto que ela não aguenta mais. O mais triste é saber que se houvesse uma maior
comunicação e um pouco mais de coragem de alguns dos personagens, e da própria Hannah, o final
poderia ter sido outro.
“Eu não estava sozinha. Eu sabia disso. Pela primeira vez em muito tempo, eu estava me conectando - estava conectada - a outra pessoa. Como poderia estar sozinha?” (...) "- Você não estava, Hannah. Eu estava lá.”
Apesar do livro falar sobre os 13
porquês da Hannah cometer suicídio, só conseguimos ver o que acontece pelos
olhos de Clay, pois a narrativa é feita - metad e - por ele, ou seja, não conseguimos ver a
reação dos outros que recebem as fitas cassetes. O que torna o final frustrante!
Sim, frustrante, o livro inteiro é bom, mas finais abertos acabam comigo, mais precisamente a curiosidade, quero uma nova versão desse livro, quero saber o que cada um que escutou as cassetes sentiram e o que fizeram, como esse povo seguiu com a vida, preciso saber! ah e o personagem do Tony é um pouco desnecessário, não entendi o motivo dele estar na narrativa
Sim, frustrante, o livro inteiro é bom, mas finais abertos acabam comigo, mais precisamente a curiosidade, quero uma nova versão desse livro, quero saber o que cada um que escutou as cassetes sentiram e o que fizeram, como esse povo seguiu com a vida, preciso saber! ah e o personagem do Tony é um pouco desnecessário, não entendi o motivo dele estar na narrativa
Mas por fim, “Os 13 Porquês” é um
livro que vai te arrancar lágrimas, te fazer refletir sobre como as coisas que
você não apenas afeta só você, mas também os outros, e que precisamos mais do
que nunca termos coragem, coragem de ir atrás do que queremos, coragem de
reconhecer os nossos erros e acima de tudo coragem de comunicar o que estamos
sentido.
Por favor, leia “Os 13 Porquês”, e
se você estiver se sentindo como a Hannah, ou apenas precisar conversar, pode
falar com a gente nas redes sociais ou até por aqui nos comentários, ou mandar
um e-mail. Fale com seus amigos, pais, busque ajuda. Por vezes apenas falar o
que está sentindo já ajuda.
Ahhh e hoje estreia a série da Netflix baseada no livro, você pode escutar a trilha sonora saber mais sobre a série nos links abaixo!
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