Crítica| A Bela e a Fera

By Helen Martins - 3/28/2017 01:19:00 PM

Demorei para postar essa crítica, mas finalmente ela está aqui. “A Bela e a Fera” é a minha animação favorita da Disney, então quando anunciaram que iriam produzir um live-action da história fiquei mais do que animada, ainda mais depois de saber que Emma Watson seria a Bela, e honestamente? Não consigo pensar, atualmente, em uma outra pessoa para esse papel. Agora vamos para o que eu achei sobre o filme.



“A Bela e a Fera” encanta desde o primeiro segundo, geralmente as adaptações da Disney começam apresentando o logo do estúdio e o castelo da Cinderela, mas dessa vez o castelo em destaque era o castelo da Fera, os primeiros minutos nos traz uma breve introdução de como ocorreu a maldição que afligiu a todos que moravam no castelo, e nesses poucos minutos é quando realmente conseguimos ver o príncipe Adam feito por Dan Stevens, arrogante, prepotente e acima de tudo, solitário.

Após a maldição ser lançada, já conhecemos a vila e Bela, na cena musical de “Bela”, onde podemos ver Emma Watson, cantando perfeitamente, e assim também conhecemos toda a vila. Falando em cenas musicais, o filme volta a ser um grande destaque nesse sentido. O filme, tem muito mais músicas do que o original, e podemos considerar ele um verdadeiro musical.

Roteiro

É sempre muito complicado quando alguém faz um remake de uma história amada e, tenta ao mesmo tempo inovar e manter fidelidade ao original. E essa é a principal questão sobre essa nova adaptação, Bill Condon tenta manter as duas coisas ao mesmo tempo e acaba se atrapalhando em certos momentos, principalmente em manter um ritmo para a história, o filme tem 113 minutos, 45 minutos a mais do que o original e talvez esse tenha sido o problema, a hora de editar, o medo de cortar alguma cena “importante”.

Mas o “novo” A Bela e a Fera é bem-sucedido em trazer novos elementos que contextualizam melhor a história. Em alguns pontos a história é melhor amarrada do que na animação original. Por exemplo, os inúmeros filhos da Madame Samovar (Emma Thompson), que simplesmente desapareciam da versão animada quando o encanto era quebrado, foram substituídos apenas por Zip, que agora é seu filho único.

Além disso, o longa oferece uma rápida explicação sobre o motivo do desaparecimento súbito de tantas pessoas que trabalhavam no mesmo castelo não levantar nenhuma suspeita. O passado dos dois protagonistas também é mais aprofundado na versão live-action, chegando a mostrar algumas semelhanças relacionadas às famílias deles, embora as circunstâncias e desfechos tenham sido completamente diferentes. Ter uma história de fundo para a Bela também ajudou a entender melhor a personagem.

Efeitos Visuais/ Fotografia/Cenário/Trilha Sonora




Sobre efeitos visuais, como todo filme da Disney há uma ampla utilização de efeitos –algo que já esperamos depois de ver a perfeita adaptação de Mogli – mas “A Bela e a Fera” peca em algumas cenas pelo excesso. Exemplo disso é que poucos os momentos que conseguimos ver realente a mistura de Príncipe Adam e a Fera, feitos por Dan Stevens. A cena de “Be Our Guest”, é encantadora sim, mas você consegue imaginar assistindo mais de uma vez? Creio que realmente houve informação demais na cena, o que a deixa longa por demais.




Mas a transformações dos servos/objetos do castelo, ficaram extraordinárias, e realmente podemos ver a personalidade dada na animação no live-action, principalmente graças aos seus dubladores - Ewan McGregor (Lumière), Ian McKellen (Cogsworth ou Horloge) -  a excessão foi Emma Thompson (Mrs. Potts ou Madame Samovar), realmente dever ser difícil fazer uma chaleira animada, mas o efeito dado ao objeto não ficou bom.

Fotografia/Cenário



A fotografia e o cenário do longa são simplesmente maravilhosos! Essa é uma das áreas que dificilmente os filmes da Disney peca, e não foi diferente em A Bela e a Fera, você realmente consegue se sentir em outro lugar apenas vendo as paisagens belíssimas usadas no longa, todas as cenas na vila parece que você está passeando pelo lugar, os campos e floresta são de tirar o fôlego, principalmente a primeira vez que vemos a mudança de cenários quando Maurice (Kelvin Kline), o pai da Bela, encontra o castelo da Fera, esse que é outra atração que te tira o fôlego, o castelo te deixa sem palavras, principalmente depois que você descobre que ele foi realmente construído.

A fotografia é de deixar qualquer um sem palavras, o conjunto dos cenários, caracterizações,e um trabalho fantástico do responsável por essa parte do filme, te faz crer que quando você sair do cinema ao virar da esquina poderá ver algum dos lugares que aparecem no longa.

A trilha Sonora vai te deixar cantando "Beauty and the Beast" durante horas, o filme trouxe todas as músicas que ouvimos na animação e mais três novas canções que complementam o filme perfeitamente. O que é Evermore cantada por Dan Stevens?!

A Fera/Príncipe Adam (Dan Stevens)


Se Dan Stevens foi o ator certo para interpretar o príncipe Adam e a Fera, não há dúvidas quanto a isso, mas um de seus personagens (A Fera) acabou ficando um pouco apagada por causa da computação gráfica. Não estou dizendo que a caracterização do personagem ficou ruim, não é isso, mas em certos momentos do filme chega a parecer por assim dizer demais “falsificada”. Apesar disso Stevens encantam com sua voz tenor de canto na música “Evermore” – Uma das minhas preferidas-  e se vocês bem lembram a fera não canta na animação, algo que foi adaptado para o filme.

A Fera de Stevens é divertida – ele tentando encantar a Bela é hilário-, irritadiça - falta paciência para a criatura, carrancuda e extremante orgulhosa – assim como era como príncipe. Uma das características de Steven extremamente marcante são os seus olhos azuis, e isso é um dos principais destaques da Fera, seus olhos tem um brilho que transmitem um calor que te faz crer que há mais do que a aparência de “Fera”, e é assim que você consegue realmente acreditar em um romance entre a Fera e a Bela é possível.

Mas talvez o principal problema com o personagem é que o diretor Condon, não lhe deu mais espaço, focando muito na Bela, e assim não oferecendo mais tempo para Steven desenvolver o personagem.

Gaston (Luke Evans)


Sabe aquele ator que foi feito para fazer um papel?  Esse seria Luke Evans, ele faz o Gaston perfeito ao aproveitar todos os trejeitos as tolices de macho alfa do personagem.  Evans consegue transparecer tudo aquilo que vemos na animação, o papel caiu como uma luva para ele, e você não consegue não se encantar pela atuação e pela voz, que te transporta sim, para a versão de 1991. Honestamente, Gastón é o personagem mais fiel, do filme, se comparado ao seu original.

LeFou (Josh Gad)


O LeFou de Josh Gad rouba as cenas. A tão polêmica versão gay do personagem, apenas mostra que o mesmo era enrustido na animação de 1991, e honestamente? não é apenas em uma cena não. 

LeFou demonstra interesse em Gaston durante todo o filme, dando indiretas maravilhosas, que te arrancam gargalhadas. Há também uma cena – uma das últimas – onde aparece um personagem masculino que não se importa nem um pouco de como fica vestido após encontrar um certo guarda-roupas. 

Com um timing cômico maravilhoso, você irá amar Josh Gad como LeFou – e aparentemente ele encontra seu par perfeito no final também - reparem bem na cena da valsa.

Bela (Emma Watson)


Foram tantas coisas divulgadas sobre mudanças na personagem, que em um certo momento fiquei com medo do que encontraria no filme, mas eu não precisava me preocupar. Emma Watson cria uma Bela que podemos nos relacionar, não sendo mera idealização. A personagem criou ainda mais destemida e criativa do que a animação.

No live-action, Bela mostra que sua inteligência não é voltada apenas para leitura e inventa uma espécie de máquina para lavar suas roupas (conseguindo assim mais tempo para seus amados livros), enquanto no original apenas seu pai era uma espécie de inventor.

Emma conseguiu reciclar sua Bela a tornando mais real, apresentando certas situações que não vemos na animação. Essa Bela é muito mais adulta do que aquela que vimos em 1991. Ela ainda consegue ser cativante e convencer na emoção, fora que achei a voz da Emma realmente muito bonita.

Por fim, “ A Bela e a Fera” é um filme que te encanta, te recordando todas as sensações que você teve quando viu a animação -apesar de tentar e não conseguir ser uma cópia fiel. 

Os atores são perfeitos para os seus personagens, conseguindo trazer para a tela as caraterísticas originais, e ainda adicionando suas características, trazendo novas versões de personagens tão amados. Apesar de alguns problemas de roteiro o live-action vai te fazer sair encantado do cinema e cantarolando toda a trilha sonora.

Avaliação: ✯✯✯✯

Já foi assistir ao filme? O que você achou? Conte nos comentários sua opinião sobre o live-action, e se ainda não foi o que está esperando? Esse é realmente um filme que merece ser visto no cinema.

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