Demorei para postar essa crítica,
mas finalmente ela está aqui. “A Bela e a Fera” é a minha animação favorita da
Disney, então quando anunciaram que iriam produzir um live-action da história
fiquei mais do que animada, ainda mais depois de saber que Emma Watson seria a
Bela, e honestamente? Não consigo pensar, atualmente, em uma outra pessoa para
esse papel. Agora vamos para o que eu achei sobre o filme.
“A Bela e a Fera” encanta desde o
primeiro segundo, geralmente as adaptações da Disney começam apresentando o
logo do estúdio e o castelo da Cinderela, mas dessa vez o castelo em destaque era o castelo da
Fera, os primeiros minutos nos traz uma breve introdução de como ocorreu a
maldição que afligiu a todos que moravam no castelo, e nesses poucos minutos é
quando realmente conseguimos ver o príncipe Adam feito por Dan Stevens,
arrogante, prepotente e acima de tudo, solitário.
Após a maldição ser lançada, já
conhecemos a vila e Bela, na cena musical de “Bela”, onde podemos ver Emma
Watson, cantando perfeitamente, e assim também conhecemos toda a vila. Falando
em cenas musicais, o filme volta a ser um grande destaque nesse sentido. O
filme, tem muito mais músicas do que o original, e podemos considerar ele um
verdadeiro musical.
Roteiro
É sempre muito complicado quando
alguém faz um remake de uma história amada e, tenta ao mesmo tempo inovar e
manter fidelidade ao original. E essa é a principal questão sobre essa nova
adaptação, Bill Condon tenta manter as duas coisas ao mesmo tempo e acaba se atrapalhando
em certos momentos, principalmente em manter um ritmo para a história, o filme
tem 113 minutos, 45 minutos a mais do que o original e talvez esse tenha sido o
problema, a hora de editar, o medo de cortar alguma cena “importante”.
Mas o “novo” A Bela e a Fera é
bem-sucedido em trazer novos elementos que contextualizam melhor a história. Em
alguns pontos a história é melhor amarrada do que na animação original. Por
exemplo, os inúmeros filhos da Madame Samovar (Emma Thompson), que simplesmente
desapareciam da versão animada quando o encanto era quebrado, foram substituídos
apenas por Zip, que agora é seu filho único.
Além disso, o longa oferece uma
rápida explicação sobre o motivo do desaparecimento súbito de tantas pessoas
que trabalhavam no mesmo castelo não levantar nenhuma suspeita. O passado dos
dois protagonistas também é mais aprofundado na versão live-action, chegando a
mostrar algumas semelhanças relacionadas às famílias deles, embora as
circunstâncias e desfechos tenham sido completamente diferentes. Ter uma história
de fundo para a Bela também ajudou a entender melhor a personagem.
Sobre efeitos visuais, como todo
filme da Disney há uma ampla utilização de efeitos –algo que já esperamos
depois de ver a perfeita adaptação de Mogli – mas “A Bela e a Fera” peca em
algumas cenas pelo excesso. Exemplo disso é que poucos os momentos que
conseguimos ver realente a mistura de Príncipe Adam e a Fera, feitos por Dan
Stevens. A cena de “Be Our Guest”, é encantadora sim, mas você consegue
imaginar assistindo mais de uma vez? Creio que realmente houve informação
demais na cena, o que a deixa longa por demais.
Mas a transformações dos
servos/objetos do castelo, ficaram extraordinárias, e realmente podemos ver a personalidade
dada na animação no live-action, principalmente graças aos seus dubladores -
Ewan McGregor (Lumière), Ian McKellen (Cogsworth ou Horloge) - a excessão foi Emma Thompson (Mrs. Potts ou
Madame Samovar), realmente dever ser difícil fazer uma chaleira animada, mas o
efeito dado ao objeto não ficou bom.
A fotografia e o cenário do longa são simplesmente maravilhosos! Essa é uma das áreas que dificilmente os filmes da
Disney peca, e não foi diferente em A Bela e a Fera, você realmente consegue se
sentir em outro lugar apenas vendo as paisagens belíssimas usadas no longa,
todas as cenas na vila parece que você está passeando pelo lugar, os campos e
floresta são de tirar o fôlego, principalmente a primeira vez que vemos a
mudança de cenários quando Maurice (Kelvin Kline), o pai da Bela, encontra o
castelo da Fera, esse que é outra atração que te tira o fôlego, o castelo te deixa sem palavras, principalmente depois que você descobre que ele foi realmente construído.
A fotografia é de deixar qualquer um sem palavras, o conjunto dos cenários, caracterizações,e um trabalho fantástico do responsável por essa parte do filme, te faz crer que quando você sair do cinema ao virar da esquina poderá ver algum dos lugares que aparecem no longa.
A trilha Sonora vai te deixar cantando "Beauty and the Beast" durante horas, o filme trouxe todas as músicas que ouvimos na animação e mais três novas canções que complementam o filme perfeitamente. O que é Evermore cantada por Dan Stevens?!
Se Dan Stevens foi o ator certo para interpretar o príncipe Adam e a Fera, não há dúvidas quanto a isso, mas um de seus personagens (A Fera) acabou ficando um
pouco apagada por causa da computação gráfica. Não estou dizendo que a
caracterização do personagem ficou ruim, não é isso, mas em certos momentos do
filme chega a parecer por assim dizer demais “falsificada”. Apesar disso Stevens encantam
com sua voz tenor de canto na música “Evermore” – Uma das minhas preferidas- e se vocês bem lembram a fera não canta na
animação, algo que foi adaptado para o filme.
A Fera de Stevens é divertida – ele tentando encantar a Bela é hilário-, irritadiça - falta paciência para
a criatura, carrancuda e extremante orgulhosa – assim como era como príncipe. Uma
das características de Steven extremamente marcante são os seus olhos azuis, e
isso é um dos principais destaques da Fera, seus olhos tem um brilho que transmitem um
calor que te faz crer que há mais do que a aparência de “Fera”, e é assim que
você consegue realmente acreditar em um romance entre a Fera e a Bela é possível.
Mas talvez o principal problema
com o personagem é que o diretor Condon, não lhe deu mais espaço, focando muito
na Bela, e assim não oferecendo mais tempo para Steven desenvolver o personagem.
Sabe aquele ator que foi feito
para fazer um papel? Esse seria Luke
Evans, ele faz o Gaston perfeito ao aproveitar todos os trejeitos as tolices de
macho alfa do personagem. Evans consegue
transparecer tudo aquilo que vemos na animação, o papel caiu como uma luva para
ele, e você não consegue não se encantar pela atuação e pela voz, que te
transporta sim, para a versão de 1991. Honestamente, Gastón é o personagem mais
fiel, do filme, se comparado ao seu original.
LeFou
(Josh Gad)
O LeFou de Josh Gad rouba as
cenas. A tão polêmica versão gay do personagem, apenas mostra que o mesmo era enrustido
na animação de 1991, e honestamente? não é apenas em uma cena não.
LeFou demonstra
interesse em Gaston durante todo o filme, dando indiretas maravilhosas, que te
arrancam gargalhadas. Há também uma cena – uma das últimas – onde aparece
um personagem masculino que não se importa nem um pouco de como fica vestido após
encontrar um certo guarda-roupas.
Com um timing cômico maravilhoso, você irá
amar Josh Gad como LeFou – e aparentemente ele encontra seu par perfeito no
final também - reparem bem na cena da valsa.
Foram tantas coisas divulgadas
sobre mudanças na personagem, que em um certo momento fiquei com medo do que
encontraria no filme, mas eu não precisava me preocupar. Emma Watson cria uma
Bela que podemos nos relacionar, não sendo mera idealização. A personagem criou
ainda mais destemida e criativa do que a animação.
No live-action, Bela mostra que
sua inteligência não é voltada apenas para leitura e inventa uma espécie de
máquina para lavar suas roupas (conseguindo assim mais tempo para seus amados
livros), enquanto no original apenas seu pai era uma espécie de inventor.
Emma conseguiu reciclar sua Bela
a tornando mais real, apresentando certas situações que não vemos na animação.
Essa Bela é muito mais adulta do que aquela que vimos em 1991. Ela ainda consegue
ser cativante e convencer na emoção, fora que achei a voz da Emma realmente muito
bonita.
Por fim, “ A Bela e a Fera” é um
filme que te encanta, te recordando todas as sensações que você teve quando viu
a animação -apesar de tentar e não conseguir ser uma cópia fiel.
Os atores são perfeitos para os seus personagens, conseguindo trazer para a tela as caraterísticas originais, e ainda adicionando suas características, trazendo novas versões de personagens tão amados. Apesar de alguns problemas de roteiro o live-action vai te fazer sair encantado do cinema e cantarolando toda a trilha sonora.
Os atores são perfeitos para os seus personagens, conseguindo trazer para a tela as caraterísticas originais, e ainda adicionando suas características, trazendo novas versões de personagens tão amados. Apesar de alguns problemas de roteiro o live-action vai te fazer sair encantado do cinema e cantarolando toda a trilha sonora.
Avaliação: ✯✯✯✯
Já foi assistir ao filme? O que você
achou? Conte nos comentários sua opinião sobre o live-action, e se ainda não
foi o que está esperando? Esse é realmente um filme que merece ser visto no
cinema.
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