Crítica| Passageiros, com Jennifer Lawrence e Chris Pratt
By Helen Martins - 1/21/2017 08:00:00 AM
Durante uma viagem de rotina no
espaço, dois passageiros são despertados 90 anos antes do tempo programado, por
causa de um mal funcionamento de suas cabines. Sozinhos, Jim (Chris Pratt) e
Aurora (Jennifer Lawrence) começam a estreitar o seu relacionamento.
Entretanto, a paz é ameaçada quando eles descobrem que a nave está correndo um
sério risco e que eles são os únicos capazes de salvar os mais de cinco mil colegas
em sono profundo.
Chris Pratt e Jennifer Lawrence,
são Aurora e Jim, no longa Passageiros do diretor norueguês Morten Tyldum.
Resolvi assistir Passageiros na
semana passada, afinal um dos filmes mais mencionado na internet deve ter algo
de interessante, não? Então vamos a uma pequena introdução. A história de Passageiros
parte de uma premissa de ficção científica, onde 5 mil pessoas escolheram viajar
cem anos no espaço para povoar uma nova colônia da Terra – Porque já existe
várias -, mas durante a viagem ocorre uma falha na hibernação despertando passageiros
antes do prazo. Ou seja, vamos esperando um bom drama, talvez um pouco de
romance, mas depois do que foi mencionado acima acontecer, o filme meio que
perde o rumo, ficando muito caricato e beirando por demais a falsidade.
Protagonistas
Sobre a atuação do Chris Pratt,
já havia um tempo que eu queria poder ver o Pratt em um papel que não fosse de
comédia, ou que beirasse a isso em algum dos seus trabalhos, fui receosa, e
esperançosa, que ele me mostrasse uma veia artística menos humorística, por
assim dizer, mas acabei vendo que tal qualidade, ou defeito, seja lá como você
vê, já é intrínseco do ator. Ele conseguiu me comover? Não muito, mas nem por
isso foi uma atuação ruim, teve certas cenas que ele realmente prendeu a minha
atenção, principalmente nos primeiros minutos do filme, as cenas de desespero feitas
por ele são boas.
Já sobre a Jennifer Lawrence,
admiro muito ela na série “Jogos Vorazes”, ali podemos ver ela como uma atriz
completa, tanto que depois dos filmes, ela se tornou uma das atrizes mais
cobiçadas de Hollywood, mas aparentemente o diretor não conseguiu enxergar isso
na atriz. Durante todo o filme, o diretor usou Lawrence, melhor dizendo, o
corpo da atriz sempre que pode, utilizando-se de roupas e situações que
mostrassem um perfil de femme fatale. E é exatamente isso que o personagem de
Pratt enxerga nela e o faz se “apaixonar”, a beleza de Aurora.
Basicamente, enquanto o Chris Pratt enlouquece e se torna um dependente alcóolico, a Jennifer Lawrence decide aproveitar a viagem em uma onda de sedução e muito sexo.
Mas sem sombra de dúvidas quem rouba a cena é Michael Sheen, interpretando o robô Arthur. Ele consegue ser um ponto focal durante todo o filme, e honestamente?Na maioria das cenas que ele estava - e foram muitas - ele conseguiu ser sempre o destaque para mim.
Ahh não posso me esquecer de
comentar que trouxeram o Laurence Fishburne morpheus apenas para ele poder entregar uma pulseira de
acesso para aurora e jim, e só. Sério, foi apenas para isso, honestamente
eles não precisavam ter pego nem um ator do porte do Fishburne para isso? Mas vai saber
o quanto o papel dele não foi cortado no filme né?
Sobre o roteiro
Um filme com a premissa como
Passageiros, dificilmente trará algo de novo, principalmente se formos pensar
em quantos filmes sobre astronautas, viagens espaciais, pessoas perdidas/sobrevivendo
no espaço, que já foram feitos nos últimos 10 anos, realmente está começando a
ficar um assunto batido, onde não podemos achar algo de novo ou surpreendente,
então não foi surpresa alguma descobrir como seria o filme, até onde estava o
problema era óbvio – para quem assiste esse tipo de filme- desde o começo.
Creio que também há um problema
de perspectiva no filme. O filme todo é narrado da perspectiva do Chris Pratt,
ele que já estava acostumado com o que ali acontecia, quando a Jennifer
Lawrence, “chega” a trama o roteiro poderia sofrer uma mudança, e ter colocado
ela como a “voz” principal, talvez se a história fosse narrada a partir do
ponto de vista da jornalista de Lawrence, preservaria um pouco mais o desfecho
do filme, e evitaria alguns minutos de um clima nada bom como aconteceu durante
uns 10 minutos do filme.
Então podemos dizer sem medo que
o roteiro de Passageiros é algo bem previsível.
Fotografia, som, figurino e
efeitos especiais
Mas o que realmente é bom no
filme, são as partes técnicas, a fotografia é simplesmente deslumbrante, foi
algo que souberam investir bem no filme e que enche os olhos de qualquer um que
for assistir. O som também é muito bom, apesar de ser uma viagem espacial,
poucas são as cenas do lado de fora da nave, podendo assim ser trabalhados
diferentes sons, que conduz o público a várias sensações. O figurino também é
algo a se ressaltar, apenas porque através dele, desde o segundo momento,
podemos ver a personalidade dos personagens, até mesmo as suas classes sociais.
Os efeitos especiais também são um caso aparte, realmente bem feitos.
Por fim, Passageiros tinha tudo
para ser um excelente filme, mas ao não utilizar o carisma da Jennifer
Lawrence, nem utilizar os pontos fortes do Chris Pratt como ator, além de
relegar o roteiro e todo arco dramático a conformidade de cenas rápidas e de
soluções imediatas, esse se tornou apenas mais um filme sobre viagem no espaço,
e que só posso considerar razoável.
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