Precisamos falar sobre Feminicídio, Direitos e como a atual sociedade enxerga a mulher.
By Helen Martins - 10/18/2016 10:47:00 PM
Relutei
bastante antes de expor os meus pensamentos, sobre esse assunto, em um lugar tão público como a
internet afinal, atualmente quase tudo que se posta, seja nas redes sociais,
canais oficiais de notícias, ou mesmo em um blog, que tenha um cunho voltado
para o feminismo ou algo aliado a tal assunto, acaba recebendo certa rejeição
por ser algo “FEMINAZI”, e é aqui que busco chegar.
Termos
pejorativos foram usados desde o começo dos tempos para denegrir e desestimular
a aceitação, ou um debate mais sério sobre o assunto, e não seria diferente
quando o assunto fosse voltado para Direitos das Mulheres ou mesmo Igualdade de Gêneros, mas aí você pode
falar: Calma aí, eu não sou a favor da violência contra as mulheres, e muito
menos incentivo a fazer isso. Certo, você pode não abrir a boca para xingar, nem
deteriorar a imagem de uma mulher, mas quando aquele seu amigo(a) machista faz uma
piadinha sexista diminuindo as mulheres, na sua rodinha de amigos, qual é a sua
reação? E aí está a sua resposta.
Mas
ainda não falei o motivo de ter começado esse post né? Estava lendo algumas notícias e me deparo com o caso da Lucía Pérez, você pode não ter conhecido
ela, assim como eu também não, na realidade ela nem morava no mesmo país que
moramos, nem fala a mesma língua que falamos, mas ela foi mais uma vítima
brutal do FEMINÍCIDIO. Uma jovem mulher de 16 anos, era estudante e vivia em Mar del
Plata, na Argentina, com os pais, e que foi deixada morta na porta de um hospital, no dia
08 de outubro, ela foi mais uma vítima, torturada sexualmente e psicologicamente,
e outra jovem mulher que não resistiu a essa brutal violência.
Confesso
que é assustador ser mulher atualmente, não porque somos o sexo frágil, muito
pelo contrário, estou para encontrar pessoas tão fortes como as mulheres, que
não se calam, e que buscam o seu direito, mas me assusto que em meio a todos
esses acontecimentos bárbaros, que NUNCA podem ser justificados, ainda existem
aqueles que defendem esse tipo, e tantos outros tipos de violência. Então para
aqueles que ainda conseguem defender essa brutalidade aqui segue algumas
estatísticas, as agressões sexuais na Argentina aumentaram 78% entre 2008 e
2015, segundo dados do próprio Ministério de Segurança argentino. No Brasil,
entre 2009 e 2011, foram registrados 16.993 casos de feminicídio.
Então
me desculpem vocês que não gostam de ouvir a palavra “Feminismo” ou da discussão sobre "Igualdade de Gêneros", que ao invés
de buscar as raízes e entender o assunto, levando ele com a seriedade que é
necessária ficam aí fazendo chacotas e rindo nas suas rodinhas de amigos e nas
redes sociais, mas eu irei sim falar sobre a violência contra as mulheres,
sobre igualdade de gênero, sobre o feminícidio, e, principalmente, irei falar sobre os casos como o de Lucía
Pérez, mais uma vítima, não apenas da oportunidade, do Estado, da falta de
segurança, mas uma vítima que nasce marcada nessa nossa sociedade por ser
mulher, por viver em um ambiente que é mais fácil culpar a vítima, vítima essa
da sua intolerância, mesquinhez, de sua mente machista, de um patriarcado que
não consegue ser superado, que enxerga as mulheres como objeto, objeto de
desejo, sexual, do sentimento de posse, mesmo quando tudo isso está imerso em
tanto sangue.
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