Título: O
Segredo do Meu Marido
Autora: Liane
Moriarty
Editora:
Intrínseca
Número de páginas: 368
Classificação: 4,5/5
Sinopse: Imagine
que seu marido tenha lhe escrito uma carta que deve ser aberta apenas quando
ele morrer. Imagine também que essa carta revela seu pior e mais profundo
segredo — algo com o potencial de destruir não apenas a vida que vocês
construíram juntos, mas também a de outras pessoas. Imagine, então, que você
encontra essa carta enquanto seu marido ainda está bem vivo... Cecilia
Fitzpatrick tem tudo. É bem-sucedida no trabalho, um pilar da pequena
comunidade em que vive, uma esposa e mãe dedicada. Sua vida é tão organizada e
imaculada quanto sua casa. Mas uma carta vai mudar tudo, e não apenas para ela:
Rachel e Tess mal conhecem Cecilia — ou uma à outra —, mas também estão prestes
a sentir as repercussões do segredo do marido dela.
Acho que
se tem uma palavra que defini esse livro é Intensidade.
Tudo é
muito intenso, os segredos, a convivência familiar, a dor, as alegrias e
principalmente as decepções. Comecei lendo esse livro jurando que o que iria me
prender seria descobrir que segredo é esse que está no título e que descobrimos logo nos primeiros capítulos que foi escondido em uma carta, mas
qual não foi minha surpresa em perceber que isso – o segredo- era um mero detalhe (e também a coisa mais óbvia que você encontra na leitura). A autora consegue
envolver os leitores em um enredo que traz um mix de sentimentos por cada um
dos personagens e para cada situação que narra nas páginas do livro.
"Todo o seu corpo pareceu ser esvaziado por uma explosão nuclear. Sobrara apenas a casca da mulher que havia sido. Ainda assim, não tremeu. Suas pernas não cederam. Ela continuou absolutamente imóvel."
Nesse
livro temos três protagonistas: Cecília, mãe de três filhas, extremamente
organizada, vendedora de tupperware, casada com John-Paul – o marido que
esconde o grande segredo na carta. Temos também Tessa, mãe de um menino, casada
com Will, e mantém um relacionamento quase como de irmã com a prima Felicity –
Eles três (ela, a prima e o marido) possuem uma empresa familiar. E por fim temos Rachel, uma senhora com
quase 70 anos, católica, que tem um filho Rob – casado com Lauren- e que nutre
um amor infinito por seu neto Jacob, a quem compara várias vezes com a sua falecida
filha.
É muito
gostoso ver como a narrativa dessas três mulheres se cruzam e como o destino
delas são mudados no mesmo dia e exatamente na mesma hora. Narrados em terceira pessoa, os capítulos são intercalados entre elas três e em flashbacks de Janie, a filha morta da personagem Rachel.
Eu adorei
a Cecília, os pensamentos e comentários dela são ótimos e por muitas vezes
pertinentes, quantas vezes não nos pegamos pensando da mesma maneira sobre as
mesmas situações que ela viveu no livro? As divagações dela são hilárias,
principalmente em momentos que são nem um pouco convencionais, o que melhora
tudo. Além do fato de apesar das três mulheres passarem por situações difíceis, acho que cecília mostra o quão forte é a sua personagem após descobrir o segredo do marido.
Sobre a narrativa, gostei do
fato dos acontecimentos, que ocorreram no passado, ou que poderiam ter
acontecido, ou aconteceram na perspectiva de outro personagem, serem contados
em terceira pessoa pela própria autora – como se fosse a voz do destino, ou
algo assim – foi uma alternativa muito inteligente.
"Nenhum de nós conhece todos os possíveis cursos que nossas vidas poderiam ter tomado. E provavelmente é melhor assim. Alguns segredos devem ficar guardados para sempre. Pergunte a Pandora."
Por fim,
o epílogo é perfeito, questionando dos os "E se?" que temos durante a leitura e fazendo pensar nos "E se?" que temos diariamente. Mostrando que até as coisas mais banais que podemos a vir
fazer na vida vai alterar o rumo das coisas no futuro, seja em uma pequena escala, ou em
uma escala que mudará a vida de muitos, e que nunca podemos dar nada como certo ou encerrado, pois por trás de cada final existem uma infinidade de variáveis que não foram expostas e que podem mudar tudo novamente.
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