Adaptação de "Como Eu Era Antes de Você" é alvo de críticas

By Helen Martins - 6/07/2016 05:42:00 PM


A adaptação do livro de Jojo Moyes, “Como Eu Era Antes de Você”, chegou aos cinemas internacionais na última sexta-feira (03), e desde então tornou-se alvo de críticas pela forma como resolveu apresentar a situação de seu protagonista, Will, um tetraplégico interpretado por Sam Claffin.

CONTÊM SPOILERS


O filme estreia no Brasil dia 16 de junho.

No twitter, após a estreia do filme, a hashtag #MeBeforeEuthanasia (Como Eu Era Antes da Eutanásia. T.L) chegou aos assuntos mais comentados no mundo após a decisão de Will sobre passar pelo suicídio assistido, apesar dos protestos contra a sua decisão por parte de sua mãe e Lou. O problema para alguns, é que a decisão do personagem parece implicar que o suicídio é a melhor solução para pessoas que passam pela mesma deficiência do personagem. O ator Zack Weinstein, também tetraplégico, aponta a trama como emocionalmente manipuladora.

A mensagem desse filme é que é melhor para essa pessoa morrer em vez de lidar com sua vida […] O que me irrita, como ator e alguém que vive com essa deficiência no mundo real, é que não são histórias como a minha que são contadas. São histórias como a desse filme que são frequentemente contadas”, disse Weinstein.

O ator Grant Albrecht, que sofre de uma doença que está retirando a sua capacidade de andar também criticou o filme:

"Romantizar a covardia é realmente perpetuar um estereótipo por uma questão de abandonar as pessoas reais com deficiência que estão lutando para manter sua sanidade e meios de subsistência e não ganham oportunidades em Hollywood".

Alguns sites ainda se espantaram que apesar de possuir um trailer “dramático e sem inspiração”, o filme já se mostrou um sucesso, ultrapassando 18 milhões de dólares em bilheteria em seu primeiro final de semana, somente nos Estados Unidos, o que praticamente cobriu os custos da produção de uma só vez.

Jojo Moyes, em uma entrevista recente, declarou que se inspirou na história real de um jogador de rugby que escolheu passar pelo suicídio assistido com a ajuda da organização Dignitas. "Nós somos uma sociedade que julga muito e você nunca sabe realmente o que se passa na mente de alguém ou quais experiências ela teve para tomar essa decisão", disse.

A decisão do Will é algo que desagradou a muitos, isso é inegável, mas, ainda que as questões levantadas por Weinstein sejam pertinentes, vale destacar que houveram filmes, baseados em histórias reais, onde um tetraplégico  e seu cuidador mudaram a vida um do outro, sem ter um final parecido com o de “Como Eu Era Antes de Você”.

Por fim como leitora apaixonada dos livros escritos por Jojo Moyes, me questiono se os autores de tais críticas realmente leram e interpretaram o livro, porque eles aceitando ou não, o suicídio assistido é uma realidade, e mesmo que você, eu ou eles, concordem ou discordem da decisão tomada pelo personagem, o ponto central da história dado pela autora, é o direito dado ao Will de escolher como seguir a sua vida, e diminuir ou degradar essa decisão, é desmerecer alguém que em algum lugar do planeta esteja fazendo essa escolha agora.

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4 comentários

  1. Ser contra o suicídio assistido não é desmerecer quem escolheu por ele. Porque, de fato, o romance e o filme romantizaram essa prática deixando claro que é melhor morrer do que ser um cadeirante. Eu li o livro e também cheguei a essa conclusão. Se alguém desmereceu alguém nessa história toda, foi a própria Jojo Moyes que não se colocou na pele de milhares de cadeirantes no mundo que lutam para não sofrerem preconceitos e para terem uma vida mais próxima do normal possível. Inclusive casando-se e tendo filhos. Acho que a autora não quis fazer "mais um romance sobre superação" e resolveu "inovar" e perdeu uma enorme de chance de mostrar que a vida sempre vale a pena ser vivida, mesmo diante de todas adversidades.

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  2. Apesar de não concordar com o desfecho do filme, tenho que confessar que achei linda a história de amor dos dois. Além da escolha do elenco, da fotografia e da trilha sonora que são incríveis. Amei a atriz escolhida para a personagem Louisa Clark, assim como o ator para interpretar Will Traynor. Um casal eletrizante e de um magnetismo que poucas vezes vemos nos filmes. Não conseguia tirar os olhos deles por um minuto enquanto assistia. Porém, na minha opinião, a autora do romance, que também foi a roteirista do filme, perdeu uma ótima oportunidade de mostrar que o que deve ser importante na nossa vida é o amor e não a vaidade e o egoismo. A personagem Will é, infelizmente, o retrato bem acabado dos valores da sociedade contemporânea onde o mais importante é o ter e não o ser. Uma das coisas que chamou atenção no desfecho foi o fato de que com seu suicídio, Will termina por ser o coitado que ele tanto detestava ser, ele mostrou sua fraqueza e não sua força. Se eu fosse a escritora, teria deixado não somente o Will vivo, mas também o deixaria lutando por deficientes, assim como Christopher Reeve fez ao torna-se tetraplégico após cair do cavalo. Colocaria Will de volta ao mundo dos negócios para mostrar que o acidente não tirou dele a capacidade de liderar e a perspicácia. E por fim, faria com que Will terminasse com a mulher que se apaixonou por ele mesmo na situação na qual se encontrava, a Lou. Um filme muito triste. Assisti no Telecine faz uma semana e, como não sabia da história, estava certa que os dois terminariam juntos. Confesso que foi uma completa decepção e tristeza. Como doeu ver a Lou fazendo de tudo para Will mudar de ideia para no fim ouvir dele que o amor dela não era o suficiente. Como alguém pode achar insuficiente um sentimento tão maravilhoso como o amor?! Há tantos cadeirantes querendo serem amados e o personagem do filme tem isso na mãos e joga fora?! Um filme muito louco, pois ao mesmo tempo que foi tão bom de assistir, nos deixa depressivos e melancólicos. Confesso que mexeu muito comigo, principalmente porque a clínica onde a personagem faz o suicídio, a Dignitas, existe de verdade e eu fiquei pensando na quantidade de pessoas que vão até lá pagando de 6.000, 00 a 10.000,00 euros para tirar a própria vida. Como uma clínica recebe essa quantia toda para ajudar alguém a se matar?! Que absurdo! Desculpem o texto logo, mas precisava desabafar. Abraços a todos.

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  3. Concordo plenamente com os comentários acima, o filme poderia ter sido fantástico, mas quebrar o "clichê" do final feliz que queremos ver trouxe um final triste, eu sou homem e confesso que saiu algo dos olhos e tive que ver as cenas por trás das gravações para poder fixar que aquilo não era real, O Senhor nos deu a vida e só Ele a pode tirar, lembro me dos homens que o Senhor Jesus curou, e há deles que passearam mais de 30 anos sem poder andar normalmente, mas mesmo nessa situação difícil não se mataram, não discordo da escolha do ator, mas o final foi ridículo! :) Vou escrever um final para mim poder ler, não ganhando dinheiro com o trabalho dela não será plágio, então tudo bem. Que o Senhor possa te abençoar com esse conhecimento de que todo aquele que nEle crê será salvo e verá a luz da vida. O tempo presente é duro, mas é passageiro, Ele vive!

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  4. Concordo com os textos acima, é bom ver pessoas que não apoiaram o final do filme, sou homem e confesso que chorei ao ver a cena final, mas foi bom ver as cenas dos bastidores para poder ver que não era real e nem o que ela escreveu, O Senhor curou pessoas que tinham infermidades como a cegueira, e até mesmo paraplégicos, mas o que seria deles se tivessem se matado antes? O Senhor deu e o Ele pode tirar a vida, gostei muito de grande parte do filme, mas teve um final péssimo, vou escrever o final um bom final para os dois e guardar para mim mesmo, que o Senhor te abençoe e saiba que todo aquele que Crê no Senhor Jesus será salvo e verá a luz da vida, o tempo presente é difícil mas irá passar. :D que o Senhor te abençoe!

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