Resenha| Maze Runner: Correr ou Morrer, de James Dasher

By Helen Martins - 1/08/2016 02:06:00 PM

Título: Maze Runner: Correr ou Morrer
Autor: James Dasher
Editora: Vergara e Ribba
Número de páginas: 298
Classificação: 4/5

Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho. Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam 'A Clareira', um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar - chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo. Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr... correr muito.

Depois de assistir algumas dezenas de vezes a adaptação feita para os cinemas deste livro, resolvi finalmente ler a história, e qual não foi a minha surpresa, ao notar que é tudo muito diferente do que é apresentado no filme, e pude compreender, o porque dos leitores da série Maze Runner reclamarem tanto da adaptação. Então durante essa resenha além de falar sobre o livro também farei as comparações das maiores diferenças entre o filme e o livro.

Começamos o livro junto com o nosso protagonista e narrador, Thomas, contando estar dentro de uma caixa de metal subindo ao que aparenta ser vários metros e sem se lembrar de como foi parar ali. Ao parar minutos depois a caixa é aberta e ele se encontra no meio de muitos garotos que apresentam ter várias idades e diversas etnias. É aqui que encontramos a primeira diferença, no livro Thomas está quase que literalmente morrendo de medo, ele nem sequer sai da caixa e quando sai ele não foge correndo, como acontece no filme.

“Thomas sentiu-se chocado ao perceber que os olhos estavam cheios de lágrimas. Fora tudo tão louco desde que chegara que nunca pensara nos Clareanos como pessoas com famílias de verdades, sentindo faltas dos seus parentes.”

Com o passar dos capítulos é através dos olhos de Thomas que conhecemos o lugar onde ele foi parar, A Clareira. Cercada de Muros de centenas de metros, com várias áreas divididas entre os seus moradores, auto denominados Os Clareanos. Cada área tem um responsável chamados de Encarregados, quando um novato chega ele trabalha cada dia em uma área para ver em qual se encaixa melhor. Porém desde de quando chegou e soube sobre os corredores – Os garotos que correm através do labirinto o mapeando – Thomas quis se tornar um, algo que só é possível depois, e se, ele for aprovado em uma reunião com todos os garotos – O conclave -  e se o Encarregado dos corredores, Minho, o aceitar.

Ao todo quantos Encarregados existem aqui? Indagou Thomas, tentando parecer descontraído – E quais as opções de empregos?
- Bem, temos os construtores, os aguadeiros, os embaladores, os cozinheiros, os cartógrafos, os socorristas, os desbastadores, os açougueiros. Os corredores, é claro. Não sei, mais alguns talvez.

A amizade de Thomas com Newt – quase um bromance – tem até apelido fofo (Tommy) - é algo que dá vontade de colocar numa caixinha e guardar para sempre, ele é o primeiro a falar com o Thomas assim que ele chega a clareira, assim como, é o que explica para ele muitas coisas que acontecem ali, inclusive sobre os verdugos – monstros que habitam o labirinto -, é Newt que protege Thomas de muitas coisas, e logo vemos que ele é um personagem chave para a história. Thomas também cria uma forte amizade com Minho, ele se torna um de seus maiores amigos. Já a relação dele com o Chuck é linda, ele trata o menor como um irmão mais novo e trata de o proteger de tudo que se passa naquele lugar desde o primeiro momento que tem contato com ele.

Alguns dos garotos já foram picados por verdugos, mas diferente dos livros, junto com os mantimentos que eles recebem semanalmente também tem injeções com antídotos, dois dos Clareanos picados anteriormente são Gally, que nutre desde o começo uma antipatia por Thomas, desde que segundo ele, Thomas esconde algo e também porque durante as horas que foi picado ele o reconheceu em algumas memórias. O outro garoto é Alby, um dos mais antigos na clareira, e diferente do filme, tudo sobre o personagem é quase o oposto da adaptação.

“Odiar você? Garoto, você não aprendeu nada desde que apareceu naquela caixa.  Isso não tem nada haver com odiar, gostar, amar ou ter amizade ou algo parecido. Só o que nos interessa é sobreviver.”

Talvez a maior diferença que temos, entre a adaptação e o livro, é o momento que Teresa chega a clareira, no livro ela passa vários dias desacordada, e mesmo nesse estado ela consegue falar mentalmente com Thomas – que pensa estar ficando louco- coisa que não acontece no filme, na realidade ela dá algumas dicas de como o labirinto funciona. É durante esses momentos que vemos que a ligação deles é bem forte, mesmo ele não se lembrando dela ou de tudo que ele viveu. Quando Teresa acorda as mudanças começam na mesma hora o céu muda de cor, a caixa não volta a descer, os ataques começam a acontecer.

Naquele exato momento Thomas tomou uma decisão. Esquecer todas aquelas coisas estranhas. Esquecer todas as coisas ruins. Esquecer tudo. Não desistiria enquanto não desvendasse o enigma do labirinto e encontrasse o caminho de volta para casa.

Sobre o labirinto, tudo é muito diferente do que é exposto no filme – até entendi o motivo, já que seria algo muito mais complicado de fazer para o cinema – no livro o labirinto termina em um penhasco, na área 8, e o lugar por onde os Clareanos tentam escapar é BEM diferente da adaptação, eu fiquei impressionada com o nível de dificuldade que eles tem no livro na tentativa de escapar, o coração chega a disparar. Outra diferença gigantesca é o modo como eles descobrem como o labirinto funciona, bem mais complicado do que o método utilizado no filme.

Fazemos comparações dia a dia, semana a semana, mês a mês, como eu estava dizendo. Cada corredor é responsável pelo mapa de sua própria área.

Sobre os verdugos os monstros que andam pelo labirinto, e mata alguns dos Clareanos, a descrição física deles me fez lembrar muito de uma lagosta gigante e um pouco gelatinosa, sério, nada parecido com aqueles monstros que vemos nos filmes.

E então alguma coisa dobrou a esquina a frente encaminhou-se na direção deles. Uma coisa que ele já vira antes, mas por trás da segurança de um vidro grosso. Uma coisa indescritível. Um verdugo.

Sobre os besouros que aparecem no filme e pica um dos meninos, no livro eles são utilizados como meio de vigilância pelos Criadores, mais conhecidos como as pessoas da CRUEL. Para aqueles assim como eu que assistiram o filme e ficaram perguntando o que a sigla CRUEL significa, a resposta é: Catástrofe e Ruína Universal: Experimento Letal.

O labirinto é um código, Tom. O labirinto é um código.

Por fim, James Dasher com uma narrativa concisa, rápida, e inteligente, consegue te envolver a cada passo dado pelo personagem e tudo que você imaginava saber – inclusive quem já viu o filme –  Ahhh sem contar que você acaba entendendo melhor o dialeto que os meninos criaram entre si, uma forma de falar própria e única (Trolho, mértila, fedelho). O livro ainda nos conta quem ajudou a construir o labirinto, e muita coisa que ficou fora da adaptação e que é essencial para a história. No final da leitura você vai ver que nada é o que parece.


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