Resenha| Clássicos da literatura nacional: Lucíola, de José de Alencar
By Unknown - 12/20/2015 02:30:00 AM
Título:
Lucíola
Autor: José de Alencar
Editora: Ática
Número de páginas: 180
Classificação: 5/5
Primeiro livro de uma trilogia. Romance entre classes diferentes. Julgamento. Perdão. Arrependimento. Amor. Salvação. Final feliz (?).
Autor: José de Alencar
Editora: Ática
Número de páginas: 180
Classificação: 5/5
Sinopse: “Lucíola” é uma história de amor
narrada por um dos seus personagens principais, Paulo Silva, que em cartas
dirigidas à senhora G.M. (pseudônimo de José de Alencar) traça o perfil de sua
amada, Maria da Glória. Ela é uma rica cortesã do Rio de Janeiro do século XIX
que assume o nome de Lúcia. Este é o quinto romance de José Alencar e o
primeiro dos três que chamou de “perfis de mulheres” (junto com Diva e
Senhora). Publicada em 1862, a obra retrata um Rio de Janeiro aburguesado e
tradicional, como pano de fundo para um amor idealizado.
Primeiro livro de uma trilogia. Romance entre classes diferentes. Julgamento. Perdão. Arrependimento. Amor. Salvação. Final feliz (?).
Apesar de tanto em comum, não é uma história do século XXI.
Estamos falando de Lucíola, o primeiro livro da trilogia “Perfis de mulheres”
composta pelas obras Lucíola, Diva e Senhora. A história é a união de cartas que Paulo envia a uma senhora, chamada G.M., que
além de juntar as cartas, encontra um título adequado. Em tais cartas, Paulo
conta sobre o romance que viveu com a cortesã Lúcia.
“Escrevi as páginas que lhe envio, as quais a senhora dará um título e o destino que merecem. É um perfil de mulher apenas esboçado.”
Lúcia, é nossa heroína. Bonita,
sagaz e com um grande fardo que carrega inclusive com o próprio nome. Por causa
de seu trabalho é rica e conhecida por todos. Paulo, é nosso narrador e herói.
É um homem boêmio, que acabou de chegar ao Rio de Janeiro, e que durante a
história passa por muitas transformações tornando-se um homem de negócios. Eles
são os personagens principais, e que tem realmente enfoque. Todos os outros
personagens são pouco explorados, exceto Sá que é ex amante de Lúcia e amigo de
infância de Paulo. Sá é o típico homem burguês, milionário e que representa
todos os preconceitos que existem na sociedade.
Voltando a história, Paulo acaba de chegar ao Rio e está com Sá, quando avista a mulher mais bela que ele já conhecera, seu amigo lhe diz que ela é “caprichosa e avarenta”, mas Paulo fica encantado com a beleza da mulher, desta vez, porém, eles não tem nenhum contadto.
Voltando a história, Paulo acaba de chegar ao Rio e está com Sá, quando avista a mulher mais bela que ele já conhecera, seu amigo lhe diz que ela é “caprichosa e avarenta”, mas Paulo fica encantado com a beleza da mulher, desta vez, porém, eles não tem nenhum contadto.
"Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância. O vestido que o moldava era cinzento com orlas de veludo castanho e dava esquisito realce a um desses rostos suaves, puros e diáfanos, que parecem vão desfazer-se ao menor sopro, como os tênues vapores da alvorada. Ressumbrava na sua muda contemplação doce melancolia e não sei que laivos de tão ingênua castidade, que o meu olhar repousou calmo e sereno na mimosa aparição."
Até que, numa festa da corte eles são apresentados e Paulo
se encanta, não só com a beleza mas com a expressão suave e tranquila que Lúcia
emanava. Sá, conta a Paulo que Lúcia é uma cortesã e quebrando todas as
expectativas da época isso não impede que ele a veja como uma linda mulher, que
merece também ser cortejada. Tornaram-se amantes, e muito mais que isso,
tornaram-se amigos. Esse romance acaba saindo do desejo carnal, e Paulo começa
a enxergar a alma pura de Lúcia. Agora pensem na contradição, uma cortesã com
algo de puro?
Tudo é muito bem explicado no livro, porém como Paulo é
também o narrador, só descobrimos quando Lúcia resolve que é a hora de contar.
"Tive força para sacrificar-lhes outrora o meu corpo virgem; hoje depois de cinco anos de infâmia, sinto que não teria a coragem de profanar a castidade de minha alma. Não sei o que sou, sei que começo a viver, que ressuscitei agora."
Fica claro, para Lúcia, que Paulo pode ser sua salvação. Seu
nome verdadeiro é Maria da Glória, tal nome porém, é muito casto para ser de
uma cortesã. Tudo começou muito cedo para Lúcia, e ela apesar de não acreditar,
não tem culpa do ocorrido e consequentemente, de ser quem é. Mas um homem bom e
de respeito a ama, se ele consegue, será que ela também consegue se amar? Esse
amor, é o suficiente para “salvá-la”? Bom, Lúcia espera que sim (e eu também!
haha)
"- Sim! Esqueça tudo, e nem se lembre que já me visse! Seja agora a primeira vez! Os beijos que lhe guardei, ninguém os teve nunca! Esse, acredite, são puros!"
Esse romance bem detalhado, passa por várias situações.
Nossos personagens são muito diferentes, e nutrem um sentimento muito forte e
bonito ao longo do livro, é de se apaixonar. Apesar de ser uma escrita bem à
frente de sua época, ainda estamos falando de uma obra situada no romantismo.
Encontramos nessa obra várias formas de denúncias e críticas da realidade. Os
personagens são carregados de oposições, e tem grande carga emocional.
O romance se passa em árduos seis meses, as cartas que compuseram o livro porém, são de muito mais tempo e tudo fica bem explicado, Alencar não deixa pontas soltas em suas histórias. Apesar disso, você pode confundir um pouco as personalidades das personagens dos livros seguintes da trilogia. Os perfis das mulheres nunca são previsíveis, e são compostos por muitos fatores, o que nos permite conhecer nossos personagens durante a leitura, mesmo que não esteja escrito.
O romance se passa em árduos seis meses, as cartas que compuseram o livro porém, são de muito mais tempo e tudo fica bem explicado, Alencar não deixa pontas soltas em suas histórias. Apesar disso, você pode confundir um pouco as personalidades das personagens dos livros seguintes da trilogia. Os perfis das mulheres nunca são previsíveis, e são compostos por muitos fatores, o que nos permite conhecer nossos personagens durante a leitura, mesmo que não esteja escrito.
O final é lindo, e revoltante para algumas pessoas. É um
livro maravilhoso, que merece ser lido com certeza! É Alencar, né? Qualidade
garantida!
"Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade."
Ah, e sobre o título? G.M
explica:
“Reuni as suas cartas e fiz um livro. Eis o destino que lhes dou: quanto ao título, não me foi difícil achar. O nome da moça, cujo perfil o senhor desenhou com tanto esmero, lembrou-me o nome de um inseto. Lucíola é o lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no seio da treva e à beira dos charcos. Não será a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição conserva a pureza d’alma?”
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