Resenha| Procura-se um Marido, de Carina Rissi

By Helen Martins - 11/29/2015 10:00:00 AM

Título: Procura-se um Marido
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Número de Páginas:474
Classificação: 3/5

Alicia sabe curtir a vida. Já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para assumir seu império – a não ser, é claro, que esteja devidamente casada. Alicia se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então, decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel. Diversos candidatos respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de Alicia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais imaginou. Cheio de humor, aventura, paixão e emoções intensas, Procura-se um marido vai fisgar você até a última linha.

Deus me livre! Esta seria a maior infelicidade de todas! Achar agradável um homem que decidimos odiar! Não me deseje esse mal. -Jane Austen, Orgulho e Preconceito

Uma das maiores qualidades na escrita da Carina, na minha opinião, é que ela consegue criar histórias que facilmente te envolvem, e que te transmitem todas as emoções possíveis. “Procura-se Um Marido” tinha todos os elementos possíveis para ser um enorme clichê romântico, onde uma mocinha recorre ao mocinho para poder ter seu final feliz para sempre, porém a autora soube brilhantemente, através do humor e de um pouquinho de drama (Afinal estamos falando de um chick-list), escrever uma história que te faz rir, chorar, torcer pelo casal, se apaixonar pelo mocinho e pedir que tudo dê certo no final. Além de que a autora fez uma inversão de tipos realmente interessante aqui.

“Nem pense em se casar com o príncipe encantado”, ela me disse certa vez. “Case-se com o lobo mau. Ele sim saberá tratar você bem.” pág 314.

O Max (nosso mocinho), é um personagem dedicado ao seu trabalho e família, ele é a pessoa responsável nesse livro. Leva a sério tudo que existe em sua vida, quase nunca se permitindo um momento de descanso ou diversão, sempre seguindo o que dita a moral e bons costumes. Já Alicia (nossa mocinha), é o completo oposto. Viajou durante anos, já foi presa várias vezes, não tem um filtro na língua, fala o que pensa sem pensar nas consequências, mas é uma pessoa extremamente generosa, que pensa nos outros e nutre um amor infindável por seu avô.

Uma das coisas que mais amei nesse livro é a ligação familiar existente dos personagens e como Carina colocou tantos tipos diferentes de famílias em um único livro. Temos a Alicia, nossa protagonista, que vive com seu avô após a morte dos pais; temos a Mariana, melhor amiga da alicia, que vive com a mãe após a separação dos pais; temos o Breno amigo das duas, que vive com a irmã; e por fim temos o Max, nosso mocinho, que mora sozinho, mas que ajuda financeiramente sua família, principalmente quando o assunto envolve seu irmão Marcus.

A gente era muito ligado, Max. O vovô sempre esteve comigo. Acho que eu não quis pensar que um dia ele poderia... não estar mais – dei de ombros. – Sei que não ando me saindo muito bem sem ele por perto, mas, acredite, estou tentando fazer o melhor que posso. Pág 140

Já o relacionamento de Alicia com seu avô Narciso te faz pensar e lembrar das coisas realmente importantes nessa vida, logo no começo do livro você percebe o quanto o relacionamento deles dois é profundo e repleto de amor, chega a ser visível através de cada diálogo e demonstração de carinho. Assim como a história familiar do Max, que mesmo tendo passado por diversas dificuldades não perdeu a alegria de viver. Na realidade eu amei a família do Max, tirou de mim boas gargalhadas e o Marcus (irmão do Max) merece um livro só para ele!

Sobre o relacionamento dos protagonistas só posso dizer que começou da forma mais atrapalhada possível e que me fez sorrir bastante. O envolvimento dos dois começou como uma forma mútua de se ajudarem, mas logo evoluiu (apesar da teimosia dos dois), para algo bonito e quente. Esse dois juntos pegam fogo!

“Seus lábios deslizaram para o meu pescoço, os dentes provando minha pele e me deixando em chamas. Sua boca alcançou minha orelha e mordiscou o lóbulo já sensível, me fazendo tremer. - Os sonhos mudam, Alicia - ele sussurrou. [...] - O meu mudou.” pág 319

No mais essa é uma história leve, sem uma história muito complicada, que merece ser lida durante uma tarde tranquila, sem muita pressa e que vai te arrancar muitas gargalhas e talvez algumas lágrimas. 

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