Título:
Procura-se um Marido
Autora:
Carina Rissi
Editora:
Verus
Número
de Páginas:474
Classificação: 3/5
Alicia sabe curtir a vida. Já
viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico
empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a
morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a
excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para
assumir seu império – a não ser, é claro, que esteja devidamente casada. Alicia
se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então,
decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um
anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel. Diversos candidatos
respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de
Alicia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais
imaginou. Cheio de humor, aventura, paixão e emoções intensas, Procura-se um
marido vai fisgar você até a última linha.
Deus me livre! Esta seria a maior infelicidade de todas! Achar agradável um homem que decidimos odiar! Não me deseje esse mal. -Jane Austen, Orgulho e Preconceito
Uma das maiores qualidades na escrita da
Carina, na minha opinião, é que ela consegue criar histórias que facilmente te
envolvem, e que te transmitem todas as emoções possíveis. “Procura-se Um Marido” tinha
todos os elementos possíveis para ser um enorme clichê romântico, onde uma
mocinha recorre ao mocinho para poder ter seu final feliz para sempre, porém a
autora soube brilhantemente, através do humor e de um pouquinho de drama
(Afinal estamos falando de um chick-list), escrever uma história que te faz
rir, chorar, torcer pelo casal, se apaixonar pelo mocinho e pedir que tudo dê certo
no final. Além de que a autora fez uma inversão de tipos realmente interessante
aqui.
“Nem pense em se casar com o príncipe encantado”, ela me disse certa vez. “Case-se com o lobo mau. Ele sim saberá tratar você bem.” pág 314.
O Max (nosso mocinho), é um personagem
dedicado ao seu trabalho e família, ele é a pessoa responsável nesse livro. Leva
a sério tudo que existe em sua vida, quase nunca se permitindo um momento de
descanso ou diversão, sempre seguindo o que dita a moral e bons costumes. Já
Alicia (nossa mocinha), é o completo oposto. Viajou durante anos, já foi presa
várias vezes, não tem um filtro na língua, fala o que pensa sem pensar nas consequências,
mas é uma pessoa extremamente generosa, que pensa nos outros e nutre um amor infindável
por seu avô.
Uma das coisas que mais amei
nesse livro é a ligação familiar existente dos personagens e como Carina
colocou tantos tipos diferentes de famílias em um único livro. Temos a Alicia,
nossa protagonista, que vive com seu avô após a morte dos pais; temos a Mariana,
melhor amiga da alicia, que vive com a mãe após a separação dos pais; temos o
Breno amigo das duas, que vive com a irmã; e por fim temos o Max, nosso
mocinho, que mora sozinho, mas que ajuda financeiramente sua família,
principalmente quando o assunto envolve seu irmão Marcus.
A gente era muito ligado, Max. O vovô sempre esteve comigo. Acho que eu não quis pensar que um dia ele poderia... não estar mais – dei de ombros. – Sei que não ando me saindo muito bem sem ele por perto, mas, acredite, estou tentando fazer o melhor que posso. Pág 140
Já o relacionamento de Alicia com
seu avô Narciso te faz pensar e lembrar das coisas realmente importantes nessa
vida, logo no começo do livro você percebe o quanto o relacionamento deles dois
é profundo e repleto de amor, chega a ser visível através de cada diálogo e
demonstração de carinho. Assim como a história familiar do Max, que mesmo tendo
passado por diversas dificuldades não perdeu a alegria de viver. Na realidade
eu amei a família do Max, tirou de mim boas gargalhadas e o Marcus (irmão do
Max) merece um livro só para ele!
Sobre o relacionamento dos
protagonistas só posso dizer que começou da forma mais atrapalhada possível e
que me fez sorrir bastante. O envolvimento dos dois começou como uma forma
mútua de se ajudarem, mas logo evoluiu (apesar da teimosia dos dois), para algo
bonito e quente. Esse dois juntos pegam fogo!
“Seus lábios deslizaram para o meu pescoço, os dentes provando minha pele e me deixando em chamas. Sua boca alcançou minha orelha e mordiscou o lóbulo já sensível, me fazendo tremer. - Os sonhos mudam, Alicia - ele sussurrou. [...] - O meu mudou.” pág 319
No mais essa é uma história leve, sem uma história muito complicada, que merece ser lida durante uma tarde tranquila, sem muita pressa e que vai te arrancar muitas gargalhas e talvez algumas lágrimas.
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